Polícia segue rastro virtual do matador
Investigaes miram a correspondncia eletrnica de Wellington Menezes de Oliveira e os sites por ele visitados
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247, com informações da Agência Estado – A Polícia carioca segue o rastro virtual do atirador Wellington Menezes de Oliveira, que na última quinta-feira assassinou 12 alunos da Escola Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, e se matou. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), que já obteve a quebra de sigilo do correio eletrônico do criminoso, aguarda resposta dos provedores para investigar suas conexões na rede mundial de computadores. “Estamos fazendo um trabalho minucioso para rastrear seus contatos, os sites que ele costumava visitar e traçar o perfil de utilização do computador. Saber, por exemplo, se ele só usava mesmo de madrugada, como já foi ventilado, ou em outros momentos”, afirmou a delegada Helen Sanderberg, titular da DRCI ao site G1
Para municiar a investigação, a delegada está analisando os vários e-mails que Wellington trocou com um homem, ainda não identificado, no ano passado. Em algumas conversas, a polícia descobriu que o criminoso mostrava interesse por jogos eletrônicos violentos. As atividades do atirador na internet podem virar inquérito, caso fique comprovado que alguém ajudou ou estimulou Wellington a cometer a matança. A investigação sobre a origem das armas usadas no massacre – dois revólveres calibres 32 e 38 – foi encaminhada para a Delegacia de Repressão às Armas e Explosivos (Drae).
A delegacia especializada terá como tarefa identificar um homem chamado Robson, que teria vendido as armas aos intermediários, Charleston Souza de Lucena, de 38 anos, e Isaías de Souza, de 48 anos, presos na sexta-feira passada. De acordo com as primeiras investigações, logo após a venda das armas, Robson foi sequestrado por milicianos da zona oeste do Rio e está desaparecido. Os dois intermediários receberam R$ 30 cada um e Robson teria ficado com R$ 200 da transação.
A polícia encontrou alguns manuscritos de Wellington na última casa em que ele morou, em Sepetiba (zona oeste do Rio). Após a análise do material e a comparação com depoimentos de parentes e conhecidos do assassino, os investigadores concluíram que os encontros narrados em uma espécie de diário do atirador são fantasiosos. Wellington escreve que teria encontrado homens identificados como "Abdul" e "Phillip", que o teriam recebido em um "grupo". Em outra folha, o atirador conta que brigou com "Abdul" e fala sobre supostos planos de um atentado na Malásia.
Os investigadores foram enfáticos em afirmar que o diário do rapaz não será alvo de investigação, pois nada aponta que ele estaria ligado a qualquer tipo de grupo religioso ou político extremista antes do mass acre.
Um suposto treinamento militar de Wellington para cometer os crimes também está praticamente descartado. Após análise das imagens e da forma como o assassino recarregava as armas, os peritos também descartaram que ele tenha tido lições de tiro. Uma troca de e-mails chegou a indicar que o matador fez um levantamento de preço de aulas para prática de tiro com um instrutor credenciado pela Polícia Federal. No entanto, quando o profissional exigiu documentos do atirador, o criminoso desistiu da ideia.
Em 30 dias, a Divisão de Homicídios deve receber um laudo do ICCE que deve apontar que o massacre foi decorrente do distúrbio mental (esquizofrenia) sofrido pelo atirador. Para a polícia, os ataques (bullying) sofridos por Wellington no colégio, relatados em depoimentos de ex-colegas e parentes, contribuíram para que ele escolhesse a escola Tasso da Silveira como alvo da ação.
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