Polícia acha bem mais que joias no roubo ao Itaú

Alm da priso de um suspeito com pedras preciosas e libras, Secretaria de Segurana descobre esquema dentro da polcia para atuar em torno de casos que envolvem a instituio financeira; delegado afastado



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247 – “Pegamos a pontinha do fio, agora vamos chegar ao novelo inteiro”, disse o delegado Nelson Guimarães, chefe do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), Nelson Guimarães. Ele está concentrado no trabalho de identificar e prender a quadrilha que roubou, na madrugada de 27 de agosto, mais de 130 cofres particulares da agência do banco Itaú na Avenida Paulista, em São Paulo. Na sexta-feira 16, os agentes do Deic prenderam o suspeito Marco Antonio Rodrigues dos Santos, que escondia 10.840 libras e uma série de joias de alto valor na casa de sua namorada, na periferia da cidade, embaixo do sofá da sala. Ele disse que os bens lhe foram entregues pelo irmão, Francisco Rodrigues Santos, de 45 anos, que, de acordo com a sua versão, tomou parte no assalto de dez horas de duração.

Na caçada aos assaltantes, a Secretaria de Segurança descobriu dentro da própria polícia um esquema irregular de investigações paralelas, que levava o delegado Ruy Ferraz Fontes, titular da 69ª delegacia, na zona leste da capital, a cuidar em sua área de casos que envolviam o banco Itaú em todas as regiões da cidade. Ele atuava em 8 inquéritos sobre ocorrências em torno da instituição financeira, o que gerou surpresa nas cúpulas da secretaria de Segurança e da polícia civil. Fontes, que abrira uma investigação própria sobre o roubo à agência do Itaú na av. Paulista, distante pelo menos 35 quilômetros de sua área de jurisdição, foi imediatamente afastado de suas funções.

O delegado Guimarães afirmou que as joias apreendidas só serão devolvidas se os donos que procurarem o Deic apresentarem comprovantes da compra e notas fiscais. “Não adianta chegar aqui apenas com a descrição do bem que não vai levar”, avisou. “Terá de ir brigar na Justiça”.

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Em nota, o Itaú informou que 171 cofres foram abertos e, desses, 142 foram roubados. “Para cada cofre alugado existe um contrato de locação definindo que dentro do cofre somente devem ser colocados bens no valor máximo de 15 mil reais. Para valores excedentes a esse limite, o cliente poderia optar por seguro adicional com o próprio Itaú ou outra seguradora de sua preferência”, explica a nota do banco. Dos 120 clientes roubados, 104 já foram atendidos pelo banco, segundo o Itaú.

 

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