PML: inimigos do 85/95 tentam colapsar governo

"O esforço dos inimigos do governo Dilma para convencer a presidente a rejeitar as mudanças do fator previdenciário aprovadas pelo Congresso é patético e suspeito", critica Paulo Moreira Leite, diretor do 247, em Brasília; segundo ele, "os cálculos empregados para justificar o veto, anunciando o apocalipse em 2030, são futurologia ideológica"; argumentos dos adversários do sistema 85/95 para a aposentadoria, matéria que deverá ser apreciada nesta quarta-feira pela presidente, não são a melhoria das contas públicas, de acordo com o PML; "O objetivo é outro: querem apressar o colapso político do governo, queimando as caravelas que podem — quem sabe? — permitir um reencontro entre a base social que reelegeu Dilma e o Planalto"; o jornalista faz um apelo: "Não veta, Dilma"

"O esforço dos inimigos do governo Dilma para convencer a presidente a rejeitar as mudanças do fator previdenciário aprovadas pelo Congresso é patético e suspeito", critica Paulo Moreira Leite, diretor do 247, em Brasília; segundo ele, "os cálculos empregados para justificar o veto, anunciando o apocalipse em 2030, são futurologia ideológica"; argumentos dos adversários do sistema 85/95 para a aposentadoria, matéria que deverá ser apreciada nesta quarta-feira pela presidente, não são a melhoria das contas públicas, de acordo com o PML; "O objetivo é outro: querem apressar o colapso político do governo, queimando as caravelas que podem — quem sabe? — permitir um reencontro entre a base social que reelegeu Dilma e o Planalto"; o jornalista faz um apelo: "Não veta, Dilma"
"O esforço dos inimigos do governo Dilma para convencer a presidente a rejeitar as mudanças do fator previdenciário aprovadas pelo Congresso é patético e suspeito", critica Paulo Moreira Leite, diretor do 247, em Brasília; segundo ele, "os cálculos empregados para justificar o veto, anunciando o apocalipse em 2030, são futurologia ideológica"; argumentos dos adversários do sistema 85/95 para a aposentadoria, matéria que deverá ser apreciada nesta quarta-feira pela presidente, não são a melhoria das contas públicas, de acordo com o PML; "O objetivo é outro: querem apressar o colapso político do governo, queimando as caravelas que podem — quem sabe? — permitir um reencontro entre a base social que reelegeu Dilma e o Planalto"; o jornalista faz um apelo: "Não veta, Dilma" (Foto: Gisele Federicce)


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Por Paulo Moreira Leite

O esforço dos inimigos do governo Dilma para convencer a presidente a rejeitar as mudanças do fator previdenciário aprovadas pelo Congresso é patético e suspeito. Deveria ser o melhor argumento para a presidente apoiar a medida aprovada por uma maioria respeitável de senadores e deputados demonstrar respeito por uma decisão legítima sob qualquer aspecto.

Insuspeitos de torcer pelo sucesso de Dilma e do projeto que ela representa, adversários do governo pressionam para que a presidenta insista numa ideia que foi derrotada pela instituição que tem o dever constitucional de apreciar medidas dessa natureza — e muito provavelmente irá derrubá-la mais uma vez, se houver necessidade.

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Os cálculos empregados para justificar o veto, anunciando o apocalipse em 2030, são futurologia ideológica, sabem calouros de todo curso de Economia. Ninguém sabe como o Brasil estará em 2030, assim como estes mesmos analistas erraram sempre desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva — aliás, já erravam na própria campanha presidencial de 2002. Quantas voltas o país deu nos últimos quinze anos? Quantas voltas dará nos próximos?

Será errado reconhecer com humildade, como fazia John Maynard Keynes, que no futuro estaremos mortos?

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Estamos falando de projeções de futuro disfarçados de analise cientifica. O que está por trás dessa visão é a noção de que países como o Brasil estão condenados historicamente a padecer em crescimento baixo, num lugar secundário no mundo, dependente exclusivamente da boa vontade dos mercados internacionais. Já vimos todas as versões desse filme, certo? Sustentava até que o Brasil não tinha vocação para ter um parque industrial, não é mesmo? Dizia que o Bolsa Família é só demagogia, certo?

O horizonte de quem pede a Dilma para vetar uma medida aprovada pelo Congresso, que irá colocar o governo em posição política delicadíssima, não envolve a melhoria das contas públicas dentro de uma década e meia. Seria comovente tentar acreditar em tamanha preocupação com nosso futuro. Pena que há 500 anos, mais ou menos, se dediquem a defender medidas permanentes de sabotagem a toda tentativa consistente de progresso no país do presente.

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O objetivo é outro: querem apressar o colapso político do governo, queimando as caravelas que podem — quem sabe? — permitir um reencontro entre a base social que reelegeu Dilma e o Planalto.

Querem a desmoralização do governo, criar uma chance de rir de seu discurso a favor dos mais pobres, afirmando que tudo não passava de uma mentira e uma farsa.

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Se fossem sinceros, estariam clamando por uma redução da taxa de juros, que hoje é o principal fator de desequilíbrio das contas públicas e que, certamente, representa uma ameaça muito maior às futuras gerações do que a formula 95/85, certo?

O debate sobre o fator previdenciário é político e não é difícil de compreender. Não há dúvida que se trata de um medida que irá beneficiar os assalariados, em especial os mais pobres, e por isso mesmo sempre foi motivo de tensão entre os governos do PT e seus eleitores. Num momento de imensas dificuldades econômicas, no qual é grande o sentimento de perplexidade e decepção, será uma medida de alívio e confirmação de compromissos do governo com sua história.

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As vozes que pedem o veto são as mesmas que consideram que o ajuste anunciado pela presidente no final de 2015 não deve ser uma medida provisória para arrumar a casa e permitir uma volta ao crescimento — como o governo afirma desde o final de 2014. Trabalham noite e dia para uma virada profunda e permanente da política econômica.

Querem que seja o início de uma política permanente de austeridade, desemprego alto e salários em queda, na qual as conquistas sociais dos brasileiros sejam corroídas de forma permanente. Suas contas são estimativas conformistas e conservadoras sobre o destino do país. Sempre anunciaram — usando a matemática para encobrir a visão política — que toda medida favorável aos mais humildes só poderia dar errado. Fazem isso desde que Getúlio Vargas criou o salário mínimo.

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Quem não lembra que sempre disseram que não é possível crescer e combater a pobreza ao mesmo tempo?

Por essa razão eles torcem por uma medida que deixe o governo ainda mais fraco. Isso tornará mais difícil toda medida para Dilma tentar, em futuro breve, um retorno ao projeto de crescimento e distribuição de renda, o único que interessa a população brasileira. Este é o conflito e o debate. Nem é preciso lembrar que está em jogo, aqui, a sobrevivência do mais bem sucedido — nem é preciso lembrar das falhas e erros no meio do caminho, certo? — projeto criação de um Estado de bem-estar que já foi experimentado no país.

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Os adversários das mudanças que Lula e Dilma implantaram no país a partir de 2003 querem que essa mudança de valor histórico seja interrompida de uma vez por todas. Assim, a profecia se torna realidade e 2030 será, mesmo, a continuidade de 2015. Deu para entender, certo?

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