PM do grupo de extermínio 'Os Highlanders' vai continuar preso

Soldado Rodolfo Vieira, que teria assassinado dois homens em 2008, queria responder ao processo em liberdade, mas teve pedido negado pelo ministro Celso de Mello (foto)

PM do grupo de extermínio 'Os Highlanders' vai continuar preso
PM do grupo de extermínio 'Os Highlanders' vai continuar preso (Foto: José Cruz/ABr)


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Fernando Porfírio _247 – O ministro Celso de Mello negou liminar para que o policial militar Rodolfo da Silva Vieira responda em liberdade ao processo em que é acusado de duplo homicídio qualificado. O soldado é suspeito de integrar o grupo de extermínio conhecido como “Os Highlanders”. O grupo atuava na periferia da zona sul da capital paulista executando pessoas supostamente ligadas ao tráfico de drogas.

De acordo com a denúncia, o soldado, junto com outros dois policiais militares, teria assassinado dois homens em maio de 2008. Durante a operação, as vítimas teriam sido recolhidas ao carro policial, levadas a um lugar ermo e lá executados em ação característica de “justiceiros”, tendo seus corpos abandonados dentro de um córrego.

No ano passado, o mesmo soldado foi condenado a 18 anos e oito meses de prisão pela morte de um deficiente mental. No entanto, o julgamento foi anulado em outubro deste ano pelo Tribunal de Justiça. A corte paulista atendeu pedido da defesa por conta de um erro do promotor de justiça que apresentou uma camiseta usada na porta do fórum por parentes da vítima. A camiseta tinha frase com pedido de condenação dos acusados.

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A decisão anulada foi da 1ª Vara do Júri de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. O grupo sequestrou, executou e decapitou Antonio Carlos da Silva Alves. O rapaz sofria de deficiência mental. Para o juiz Antônio de França Hristov, o assassinato e a forma de sua execução tiveram grande repercussão, “causando desassossego social” e comprometendo a imagem da Polícia Militar.

O grupo de extermínio, segundo o MP, surgiu dentro do 37º BPMM (Batalhão de Policiamento Militar Metropolitano) e se caracterizava pelo modo de executar suas vítimas: uso de armas brancas (facas e espadas) e a decapitação.

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A descoberta das ações criminosas e do modo de operar do grupo começou a ser investigada em 2008. A Corregedoria da Polícia Militar chegou a 15 PMs suspeitos da prática de pelo menos 12 crimes, todos com as mesmas características.

No caso julgado em Itapecerica da Serra, a vítima era usuária eventual de maconha e, depois de incursão da polícia no Jardim Capela, ela foi levada pelos policiais. No bairro, localizado na região do Jardim Ângela, era comum a incursão desse grupo à procura de traficantes.

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O corpo de Antonio Carlos da Silva Alves foi encontrado perto de um córrego, sem a cabeça e as mãos e com cortes na barriga, numa área de Itapecerica da Serra conhecida como local de desova de cadáveres. Na última vez em que foi visto, Antonio Carlos voltava do trabalho.

Seu corpo foi identificado pela família por conta de uma tatuagem na forma de teia de aranha e por causa da cicatriz de uma cirurgia. Segundo o Ministério Público, a vítima foi levada pelos quatro policiais no carro M37-14 da Força Tática — um grupo de elite — do 37º BPMM.

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