Pitboys versus gays, uma luta covarde e desigual
So Paulo virou ringue para guerra entre gays e pitboys; no ltimo caso, um analista de 32 anos e seu namorado, de 30, foram espancados na Paulista
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247- Parece que São Paulo ficou pequena para os gays e os pitboys. A cidade está virando um ringue de lutas entre homofóbicos e homossexuais, que, ao que tudo indica, não conseguem mais viver pacificamente. O caso mais recente ocorreu no último sábado com um casal que voltava da balada por volta das 4h da manhã. O analista fiscal Marcos Villa, 32, e seu namorado, o supervisor financeiro J.P., 30, voltavam do clube Sonique, e no caminho para a casa, na rua Consolação, foram abordados por um grupo de agressores.
“Eles nos chamavam de veadinhos, diziam que a gente só servia para passar doença. Me deram um soco no rosto, abriram minha boca e depois que caí no chão, não vi mais nada, mas pensei que ia morrer”, disse Marcos, em entrevista ao Portal Terra. J.P. teve a perna direita fraturada em dois pontos. A ocorrência foi registrada no 78° DP e a Polícia suspeita que um dos agressores é praticante de luta.
Nessa mesma região, há pouco mais de um mês, dois arquitetos também foram vítimas de homofobia. Confundidos como um casal gay, os rapazes sofreram agressões quando saíam de uma casa noturna. Casos desse tipo têm se tornado rotina. A pesquisa mais recente sobre o assunto, divulgada em outubro de 2010 pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado, registrou mais de 200 assassinatos de homossexuais por ano no País. Em São Paulo, as agressões ocorrem sempre na região da paulista, onde estão localizadas casas noturnas dedicadas ao público gay .
Passarela de diversidades
A avenida Paulista também é palco para a Parada do Orgulho LGBT, que ocorre há 15 anos, e, desde sua criação, evidencia a luta por direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. A manifestação já foi considerada a maior do mundo, em 2006, por ter atraído, segundo estimativas da Polícia Militar, 2,5 milhões de participantes. E, além disso, ela tem apoio de políticos, como Marta Suplicy (PT-SP).
A última edição ocorreu em julho e por conta dos ataques, o tema foi o repúdio contra a homofobia. Manifestantes caminharam por 3,4 km – da Paulista até a Praça Roosevelt. A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT-RS), a senadora Marta Suplicy (PT-SP), o deputado federal gay Jean Wyllys (Psol-RJ) e o vereador Ítalo Cardoso (PT) engrossaram o coro. O prefeito Gilberto Kassab e o governador Geraldo Alckmin também compareceram.
Só que apesar desse auê, das campanhas nas redes sociais contra a homofobia e dos apelos em novelas de rede racional, os pitboys parecem que saíram do armário e querem partir para a briga.
Era dos pitboys?
Os pitboys não estão sozinhos. Figuras públicas têm se metido nessa briga, mas em favor do que chamam de 'direito dos héteros'. O caso mais polêmico é do do vereador Carlos Apolinário (DEM), que fez o projeto de lei 294/2005, intitulado o Dia do Orgulho Heterossexual.
O projeto foi aprovado por 19 vereadores da Câmara em 02 de agosto. Só que, no dia seguinte, os tuiteros atacaram a proposta. A hashtag #inventeumorgulho ficou durante o dia 03 de agosto em primeiro lugar nos Trending Topics.
Em 31 de agosto, a proposta foi vetada pelo prefeito Gilberto Kassab, que alegou que o projeto de lei é "materialmente inconstitucional e ilegal, bem como contraria o interesse público", disse em entrevista ao portal G1.
Só que Apolinário não desiste. Seu foco agora é conseguir acabar com a Parada do Orgulho LGBT, batalha que trava há três anos. "Combato o privilégio, e não a figura humana do gay", argumentou o vereador.
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