PF pode intimar convocados à Comissão da Verdade

Afirmação é do novo presidente da comissão, o advogado José Carlos Dias; segundo ele, caso o depoente se recuse a comparecer, poderá responder pelo crime de desobediência; a CNV quer ouvir 400 pessoas sobre casos de tortura ocorridos durante a ditadura militar

Afirmação é do novo presidente da comissão, o advogado José Carlos Dias; segundo ele, caso o depoente se recuse a comparecer, poderá responder pelo crime de desobediência; a CNV quer ouvir 400 pessoas sobre casos de tortura ocorridos durante a ditadura militar
Afirmação é do novo presidente da comissão, o advogado José Carlos Dias; segundo ele, caso o depoente se recuse a comparecer, poderá responder pelo crime de desobediência; a CNV quer ouvir 400 pessoas sobre casos de tortura ocorridos durante a ditadura militar (Foto: Gisele Federicce)


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Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Comissão Nacional da Verdade quer ouvir 400 pessoas sobre casos de tortura ocorridos durante a ditadura militar e a Polícia Federal irá ajudar a intimar quem não atender à convocação, informou hoje (27) o novo presidente da comissão, o advogado José Carlos Dias. Segundo ele, caso o depoente se recuse a comparecer, poderá responder pelo crime de desobediência.

O advogado disse que ontem (26) ele e sua antecessora na presidência, Rosa Cardoso, se reuniram com a direção da Polícia Federal "para tratar da convocação de pessoas que vão ser ouvidas como responsáveis pela prática de graves violações dos direitos humanos". De acordo com Dias, a comissão tem poder legal para convocar os depoentes, e não apenas para convidar. "Não queremos cair no mesmo erro praticado pela ditadura, e quem vier depor terá todas as garantias constitucionais, inclusive com a presença de seus advogados", disse, lembrando o caso do coronel da reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra, que foi ouvido pela comissão depois de conseguir um mandado de segurança que lhe permitia ficar em silêncio.

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Diante do grande volume de trabalho, Dias informou que a Presidência da República avalia o pedido de prorrogação por seis meses o funcionamento da comissão, que tem até maio de 2014 para entregar relatório final.

Entre os depoimentos que a comissão pretende ouvir estão de vítimas de torturas e de empresários que teriam financiado ações do regime. "Hoje, há uma convicção cada vez mais firme de que o golpe de 1964 foi cívico-militar. Houve muitos civis envolvidos no patrocínio à repressão".

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O novo presidente informou que as Forças Armadas têm colaborado e prestado informações à comissão. "Existe diálogo permanente com as Forças Armadas e há boa vontade para nos atender". O contato, segundo Dias, tem sido feito pela cientista política Glenda Mezarobba, consultora da comissão, "que realiza um trabalho muito importante para vencer resistências nas Forças Armadas.

Colabora ainda com a comissão o professor do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade de São Paulo, Roberto Marcondes Cesar Junior, que desenvolveu um programa capaz de pesquisar em poucos segundos 20 mil arquivos sobre a ditadura militar.

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Edição: Carolina Pimentel

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