PF investiga irmão de Berlusconi no Brasil

Teleguiados por Silvio Berlusconi, empresrios italianos da TrueStar, do irmo do ex-premi,Paolo,detonam brasileiros no ramo de seguro de bagagens; PF e Infraero investigam uso ilegal de visto; ex-piloto Fabio Talin (passaporte) faz negcios milionrios posando de visitante

PF investiga irmão de Berlusconi no Brasil
PF investiga irmão de Berlusconi no Brasil (Foto: Divulgação)


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Claudio Julio Tognolli _247 - O jornal Folha de S. Paulo noticiou, neste domingo, que o irmão mais novo do ex-todo poderoso primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi, Paolo Berlusconi, e a sua empresa TrueStar, que oferece seguro e serviço de proteção de bagagens em aeroportos, têm sido estranhamente favorecidos pela Infraero, a estatal que administra os aeroportos brasileiros.

Mas uma outra parte das investigações sobre esses negócios estranhos ainda não foi revelada e é investigada pela Polícia Federal em sigilo: o uso de passaportes italianos, com visto de turista, para fazer negócios milionários no Brasil.

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O nome de Paolo Berlusconi, irmão do ex-premiê, está oficialmente na documentação apresentada em 2009 à Infraero pela Sinapsis Trading, dona da marca TrueStar. Berlusconi entrou na sociedade em 2002, quando teria comprado o negócio do ex-piloto de corrida italiano Fabio Talin, que continua até hoje à frente do negócio. Fabio Talin é quem tem feito negócios milionários com visto de turista. Seu passaporte é publicado com exclusividade pelo Brasil 247.

A TrueStar obteve renovação de contratos de locação no aeroporto internacional de Guarulhos sem licitação, ao contrário do que determina a lei. Em alguns aeroportos, a empresa ocupa gratuitamente áreas bem maiores do que as estabelecidas em contrato. É o que acontece em Brasília e Congonhas, em São Paulo.
Mas o caso envolve ainda uma série e tanto de irregularidades: a empresa oferece proteção contra extravio ou danos à bagagem sem revelar, na apólice fornecida ao cliente, qual é a seguradora. Além disso, o número de telefone que divulgam vai fazer o reclamante parar lá na Suíça -- e pagando ligação internacional. Não há um número de 0800 no Brasil, nem -- o que seria obrigatório -- o número do registro na Superintendência de Seguros Privados, SUSEP. Segundo o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro, Henrique Brandão, essa prática configura crime.

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O ex-piloto Talin vem seguidamente ao Brasil, com outros italianos. Todos entram apenas como turistas e costumam se reunir no próprio aeroporto.
Só foi possível reunir tantos detalhes após denúncia da empresa pioneira no mercado de embalagem e segurança de malas, a ProtecBag, há mais de 20 anos no mercado -- mercado, aliás, por ela criado e cuja patente só venceu há 5 anos.

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O executivo Paulo Fabra, detentor da marca ProtecBag, cansou de ver seus franqueados sendo praticamente expulsos dos aeroportos onde operam. A empresa já teve 27 lojas franqueadas nos aeroportos brasileiros. Hoje são 23, e o número cai com o avanço fora do normal da TrueStar.
"Nossos contratos estão vencendo e não há condição econômica de sobreviver com os valores irreais de aluguel que a TrueStar está pagando e com a forma dos contratos firmados com a Infraero, que fecha os olhos. Em setembro, reunimos os dados e denunciamos as irregularidades à Infraero, sem receber resposta", diz o empresário.

Por exemplo, cita Fabra, no mês passado, com o vencimento do contrato em Maceió, a TrueStar conseguiu o ponto ao oferecer aluguel de R$ 12 mil -- R$ 9.000 mais do que o contrato anterior. A franqueada da ProtecBag, que faturava R$ 20 mil brutos por mês, até chegou a oferecer R$ 8.000 no pregão, mas foi vencida pela TrueStar. "Só pode haver algo errado. Conheço esse setor como a palma de minha mão e sei fazer contas. Se descontar custo de matéria-prima, salário do funcionário e impostos, a conta não fecha", diz Fabra. "Há algo muito errado", conclui.

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O empresário reuniu documentos, as falhas contratuais, e mostra fotos da visível invasão estrangeira, como diz. "É só ver. O tamanho das lojas da TrueStar ultrapassa, e muito, os espaços definidos no contrato. Tem muita coisa estranha a ser averiguada".
Paulo Fabra está encaminhando denúncia ao Ministério Público Federal. "Não é possível ficar calado. Uma empresa sem comprometimento com o país, utilizando subterfúgios e possivelmente corrompendo agentes públicos. Um desrespeito não só aos empresários nacionais que trabalham sério, mas um grande risco ao consumidor que, acreditando que protege seus bens ao cuidar de embalar as suas malas, fica desprotegido", afirma.

"Avisei várias vezes, notifiquei oficialmente a Infraero, que não se dignou a me dar uma mera resposta. Ao contrário, só estou vendo nossos franqueados sendo empurrados dos aeroportos e novas regras sendo impostas nas licitações", conclui o empresário.

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