PF indicia Joesley, um dos mais poderosos do País

Controlador da holding J&F, que controla o grupo Friboi, o empresário Joesley Batista foi indiciado pela Polícia Federal por suposta fraude financeira, numa operação que ajudou o Banco Rural, de Kátia Rabello, também indiciada, a se capitalizar; empréstimo de R$ 80 milhões do Rural a empresas da J&F voltou à holding que controla o Rural poucos dias depois; Batista foi indiciado por ter sido avalista das operações, mas nega todas as acusações

Controlador da holding J&F, que controla o grupo Friboi, o empresário Joesley Batista foi indiciado pela Polícia Federal por suposta fraude financeira, numa operação que ajudou o Banco Rural, de Kátia Rabello, também indiciada, a se capitalizar; empréstimo de R$ 80 milhões do Rural a empresas da J&F voltou à holding que controla o Rural poucos dias depois; Batista foi indiciado por ter sido avalista das operações, mas nega todas as acusações
Controlador da holding J&F, que controla o grupo Friboi, o empresário Joesley Batista foi indiciado pela Polícia Federal por suposta fraude financeira, numa operação que ajudou o Banco Rural, de Kátia Rabello, também indiciada, a se capitalizar; empréstimo de R$ 80 milhões do Rural a empresas da J&F voltou à holding que controla o Rural poucos dias depois; Batista foi indiciado por ter sido avalista das operações, mas nega todas as acusações (Foto: Leonardo Attuch)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 – Um dos empresários mais poderosos do País, o controlador da holding J&F Participações, Joesley Batista, foi indiciado pela Polícia Federal por supostas operações financeiras irregulares. De acordo com a PF, ele foi responsável por realizar empréstimo cruzado ao Banco Rural, de Kátia Rabello, também indiciada. Batista foi indiciado – processo que ainda não configura condenação – por ter sido avalista das operações, mas nega todas as acusações de que é alvo.

De acordo com a investigação, o Rural teria emprestado R$ 80 milhões a empresas do grupo J&F em dezembro de 2011. O dinheiro, recebido pela holding de Joesley Batista em contas no Banco Rural, foi transferido ao banco Original, também da J&F. A instituição repassou a mesma quantia à Trapézio S/A, que controlava as instituições financeiras do Rural. Com a verba, a empresa de Kátia Rabelo conseguiu "folga" financeira para reforçar seu capital, algo de que estava sendo pressionada pelo Banco Central.

Nenhum dos dois empresários participou das decisões dos comitês de crédito das instituições financeiras que aprovaram os empréstimos, de acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. No entanto, Batista é acusado de ser avalista dos contratos entre a J&F e o Rural. Por meio de nota, a J&F Participações S/A afirmou que "jamais realizou operação casada". Segundo a empresa, o processo no âmbito do Banco Central ainda está em fase recursal, ou seja, quando ainda pode ser provado que não houve "qualquer tipo de irregularidade" na concessão do empréstimo à Trapézio.

continua após o anúncio

O banco Original, da holding de Batista, contesta a tese da PF de que as datas dos empréstimos são coincidentes – de acordo com a apuração, o prazo entre o recebimento do dinheiro do Rural pela J&F e a transferência para o Original é de apenas dias. "Ao contrário do que mostra o inquérito conduzido pela Polícia Federal, as datas dos empréstimos não são coincidentes e as operações bancárias são rotineiras para o tamanho do grupo empresarial", explica a nota. O banco acrescenta que, "à época dos supostos acontecimentos, o empresário Joesley Batista não exercia função de diretor ou presidente da instituição financeira".

A empresa informa ainda que "as operações financeiras do Banco Original sempre seguiram rigorosos critérios ditados pelo próprio Banco Central" e que "os empréstimos tomados pela Flora e J&F sempre são assinados por Joesley, na qualidade de presidente das empresas, embora a condução operacional dessas companhias seja exercida por outros executivos, reiterando que não havia sua interferência na decisão dos empréstimos por parte do Banco".

continua após o anúncio

A PF encaminhou o indiciamento ao Ministério Público, que ainda não se posicionou sobre o caso. Vale lembrar que o empresário Joesley Batista foi o maior doador da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. À época, o frigorífico JBS Friboi, que pertencia à J&F, doou R$ 12 milhões à candidata do PT, quase 10% dos R$ 145 milhões arrecadados, ficando à frente até das empreiteiras, que tradicionalmente são os grandes doadores de campanha no País.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247