Petrobras teme Boko Haram e reforça segurança na Nigéria
Preocupada com a crescente violência do grupo radical islâmico Boko Haram na Nigéria, a Petrobras e suas sócias na operação nigeriana adotaram medidas para garantir a segurança e a integridade de seus funcionários e instalações; entre as ações, a que mais chama a atenção é a restrição aos deslocamentos dos empregados em locais públicos
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Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Preocupada com a crescente violência do grupo radical islâmico Boko Haram na Nigéria, a Petrobras e suas sócias na operação nigeriana adotaram medidas para garantir a segurança e a integridade de seus funcionários e instalações.
Localizada na África Ocidental, com cerca de 180 milhões de habitantes, a Nigéria é um dos dez maiores produtores mundiais de petróleo.
Entre as ações, a que mais chama a atenção é a restrição aos deslocamentos dos empregados em locais públicos. Desde a última quinta-feira (15), a Agência Brasil tenta obter da Petrobras uma explicação sobre como a proibição vem sendo aplicada, mas ainda não teve respostas.
Apesar de só explorarem petróleo em alto mar (offshore), as multinacionais também reforçaram o esquema de segurança nos escritórios das duas empresas vinculadas à Petrobras Oil & Gas (Petróleo Brasileiro Nigéria e a Brasoil Oil Services). Oos escritórios ficam em Lagos, capital nigeriana, longe da região Nordeste, onde o Boko Haram já domina uma área maior que a de alguns países europeus.
O acesso de visitantes aos escritórios também foi limitado ao "absolutamente essencial". A Petrobras afirmou estar permanentemente monitorando a situação para, caso seja necessário, adotar outras medidas.
A Agência Brasil também entrou em contato com a construtora Andrade Gutierrez, mas ainda não recebeu respostas sobre medidas de segurança adotadas pela empresa. Responsável por importantes obras de infraestrutura na Nigéria, a construtora mantém escritório em Lagos.
Presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), o brasileiro João Antonio Felício reconheceu a importância das empresas que atuam na Nigéria se precaverem. Felício também condenou os atentados praticados por grupos extremistas como o Boko Haram.
"Há um temor de que empresas de outros países sejam atacadas. Cabe ao governo da Nigéria garantir direitos ao trabalho, à livre circulação e a segurança dos nigerianos e estrangeiros que vivem no país. A CSI rejeita atos violentos em qualquer país e repudia a ação de grupos radicais que desrespeitam a democracia, com ações que não contam com respaldo de ninguém mais que seus próprios membros", assinalou Felício.
O terror imposto por integrantes do Boko Haram obrigou 900 mil nigerianos a deixarem suas casas. Eles migraram para outras localidades em busca de proteção, comida e medicamentos. Milhares de pessoas estão em acampamentos administrados pelo governo nigeriano. A ameaça extremista também já rompeu as fronteiras nigerianas. Ontem (18), dezenas de moradores de duas aldeias de Camarões foram sequestradas por integrantes do Boko Haram.
Para tentar deter o avanço do grupo, o governo do Chade autorizou o envio de tropas militares para combater os extremistas em território camaronês.
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