Pepe Vargas: CPI não é o instrumento mais eficaz contra corrupção
Empossado na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Pepe Vargas comentou sobre possibilidade de criação de uma nova comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar denúncias de corrupção na Petrobras e avaliou que as CPIs não têm o mesmo papel que tiveram no passado, quando havia revelações em depoimentos, já que atualmente o depoente pode se manter calado durante toda a audiência; "Não vejo necessidade de uma CPI para ter eficiência no combate à corrupção. Acho que o Ministério Público, a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal estão dando demonstrações claras de combate à corrupção"
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Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil
Após assumir a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, em cerimônia hoje (2), no Palácio do Planalto, o novo ministro Pepe Vargas prometeu cumprir a missão de representar o governo nas relações com o Congresso Nacional. Ele substitui Ricardo Berzoini na pasta responsável pela articulação do Executivo com o Legislativo. Em seu discurso, Vargas ressaltou a importância de trabalhar para uma coalizão entre os partidos que dão sustentação ao governo, sem esquecer o diálogo "fundamental" com a oposição.
Depois da cerimônia, em entrevista a jornalistas, Vargas comentou sobre a possibilidade de criação de uma nova comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre as denúncias da Petrobras. Segundo ele, as CPIs não têm o mesmo papel que tiveram no passado, quando havia revelações em depoimentos, já que atualmente o depoente pode se manter calado durante toda a audiência.
"Não vejo necessidade de uma CPI para ter eficiência no combate à corrupção. Acho que o Ministério Público [MP], a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal [PF] estão dando demonstrações claras de combate à corrupção. Então não vejo necessidade de CPI para fazer investigação de corrupção", declarou, exemplificando que, este ano, os trabalhos do MP e da PF já haviam conferido mais "agilidade" ao processo.
Deixando a pasta que ocupa no Palácio do Planalto para chefiar o Ministério das Comunicações, Berzoini se disse consciente de que a articulação política não é uma exclusividade da SRI, e que todos os integrantes do governo têm a obrigação de dialogar com o Legislativo.
"Não tenho a ilusão de que a gente vá conseguir 100% de sucesso em tudo. Sempre a gente tem que trabalhar com a possibilidade do contraditório, de que a gente pode trabalhar um processo harmonioso, mas também com diferenças", avaliou Pepe Vargas, sobre o contato com o Congresso.
Após defender o aprofundamento da participação social na democracia representativa, papel que atribuiu também ao próprio Congresso, o ministro lembrou da reforma política como "grande compromisso" do governo.
"Ainda temos que discutir dentro do governo, com o Congresso, e tentar estabelecer um acordo para votar, se não uma reforma política ideal, uma reforma política em cima de alguns pontos mínimos e que permita uma mudança no sistema político brasileiro", declarou, dizendo-se favorável à participação da sociedade, independentemente do formato (se referendo ou plebiscito).
Pepe Vargas disse ainda que não conversou com a presidenta Dilma Rousseff sobre a eleição para a presidência da Câmara em fevereiro, mas que os três candidatos merecem respeito e são "fortíssimos", e o governo quer uma Mesa Diretora "plural" que trabalhe dentro dos princípios da independência e harmonia. Os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG) concorrem ao cargo.
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