Pará, um estado só, mas cheio de problemas

Paraensesdecidem manter unidade, mas opo de mais de 90% dos habitantes de Santarm e Marab pela diviso expe a situao de uma populao completamente desassistida; agora que o Par decidiu permanecer unido, qual o prximo passo?

Pará, um estado só, mas cheio de problemas
Pará, um estado só, mas cheio de problemas (Foto: Divulgação)


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247 – A população do Pará optou por manter o estado unido, rejeitando a criação de Tapajó e Carajás. Com um índice de abstenção acima de um quarto da população, o plebiscito revelou mais do que a vontade de alguns de se separar: existem regiões na unidade federativa que não são atendidas pelo Estado.

Enquanto Carajás vislumbrava na emancipação uma enchente de investimentos em mineração, siderurgia e agronegócio, Tapajós tinha como principal aposta de viabilidade econômica o repasse de recursos federais, o que expõe não apenas a ausência total de atenção estatal à região, mas a pobreza e a falta de opções no oeste do Pará.

Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que, uma vez separados, os novos estados nasceriam deficitários. O Pará registra superávit anual de cerca de R$ 300 milhões. Sem sua receita orçamentária, Carajás teria déficit de pelo menos R$ 1 bilhão anual. Tapajós, por sua vez, perderia R$ 864 milhões por ano. Ou seja, da forma como existem hoje, essas regiões não sobreviveriam sozinhas – como o Estado de fato não chega lá, melhor seria dizer que hoje elas mal sobrevivem.

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O próprio governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), admitiu que o Estado não alcança todas as regiões paraenses. “O pacto federativo precisa ser revisto”, disse Jatene. “É um interesse natural das pessoas quererem ter mais saúde, segurança, educação. Sem dúvida alguma isso pressupõe rediscussão de responsabilidade, de direitos, há projetos de redivisão de Minas Gerais, São Paulo e outros, porque efetivamente o Estado brasileiro não consegue chegar onde o povo precisa", completou o governador.

Jatene disse ainda que enxergava interesse político por trás do movimento de divisão do Pará, mas que reconhece o sentimento genuíno de pessoas que lutam pela melhoria da qualidade de vida de suas regiões em questão. A abstenção de 25% da população no plebiscito é mais potencial um indicador da dificuldade de acessar certas regiões.

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A impressão do governador foi corroborada pelas votações em Santarém e Marabá, que seriam as “capitais” dos novos estados e onde mais de 95% da população votou pela divisão. “Aqui, a presença do Estado está ausente. Pelo tamanho do Estado, pelas distâncias. Não sentimos uma solução dos problemas”, defendia Dom José Foralosso, bispo da diocese de Marabá, dias antes do plebiscito.

Para tentar solucionar os problemas que o plebiscito expôs, Jatene propôs uma revisão do pacto federativo. A ideia é válida, mas, a exemplo do que o correu com a consulta popular, precisa ser posta em prática. Se as dificuldades dos habitantes do interior do Pará já eram incômodas para quem mora na região, ganharam mais amplitude agora, que expostas a todo o País. Quando será dado o próximo passo?

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