Paes inaugura 50ª Clínica de Família, a Cazuza
Equipamento foi entregue em Guaratiba, na Zona Norte do Rio de Janeiro; homenagem ao cantor acontece durante os eventos do Dia Mundial de Luta contra a Aids
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Marco Damiani _247 – A estrutura impressiona, mas não apenas. Chamam atenção, de maneira especial, os resultados alcançados até aqui pelo programa de instalação de Clínicas de Família pela Prefeitura do Rio. Indicadores da Secretaria de Atenção Primária, Vigilância e Promoção de Saúde apontam para a redução de até 30% na incidência de mortalidade infantil ao cabo do primeiro ano de funcionamento desses equipamentos. Em proporção semelhante foi reduzida a taxa de óbitos entre gestantes. Os números crescem quando se examinam doenças como sífilis congênita, hipertensão e diabetes. No primeiro caso, de acordo com a mesma fonte, a diminuição de casos atinge a marca de 75%, enquanto nos outros dois a queda chega a 50% nas ocorrências. E isso nas mais diferentes regiões da cidade, especialmente as mais pobres. É ali que as Clínicas estão fazendo uma diferença capaz de mexer, para cima, em breve, no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da cidade. Um feito e tanto.
Na manhã de hoje, entre balões azul e branco, as cores da Prefeitura, e coquetel para a comunidade de Guaratiba, a mais de 60 quilômetros do centro do Rio, o prefeito Eduardo Paes entregou para funcionamento a 50ª Clínica Família – Agenor de Miranda Araújo Neto (Cazuza). Logo à entrada, o Placar da Saúde informava os resultados do trabalho prévio de visitas porta a porta realizado pelas equipes que antes eram reunidas numa pequena casa improvisada em ambulatório na região, mas que agora dispõem de dois mil metros quadrados de área no apoio para o desempenho de seu papel estratégico.
Das 20 mil pessoas que moram na região abrangida pela nova Clínica, indica o Placar, 8.264 já foram cadastradas. Estas se aglutinam em 2.610 famílias. Nas idas aos endereços de cada uma delas, os médicos municipais descobriram que 2.304 usufruem de rede esgotos, mas 254 têm apenas fossas, enquanto 48 vivem em habitações com esgoto a céu aberto. Para 2.112 daquelas famílias há água filtrada, mas 31 precisam ferver o que bebem das torneiras, 83 possuem água clorada e nada menos que 371 famílias são servidas por água sem qualquer tipo de tratamento. Outros números dão conta de crianças vacinadas, gestantes que realizaram ou não o exame pré-natal e as doenças existentes entre os cidadãos da comunidade de Guaratiba: 664 hipertensos, 203 com diabetes, dois casos de tuberculose e um de hanseníase.
“A cobertura de famílias assistidas pelas equipes municipais de saúde, que antes era de 3,3 por cento da população, hoje já chega a 25 por cento”, acentuou o prefeito Eduardo Paes, no rápido discurso de inauguração. “Um milhão e seiscentas mil famílias cariocas já são visitadas regularmente pelas equipes de saúde da família”. Outras 11 clínicas estão, neste momento, em construção. Até o final do próximo ano, a Prefeitura pretende entregar um total de 70 desses equipamentos. “Isso aqui é um espetáculo”, saudou Lucinha Araújo, mãe do artista que dá nome à clínica de número 50 e presidente da Fundação Viva Cazuza. Ela participou da inauguração, discursou e dividiu o coquetel com os mais de cem convidados da região. “Essa clínica é uma coisa de primeiro mundo, que esse nosso povo merece”.
Entre os profissionais que já desenvolvem seu trabalho na clínica, o que se via era um franco entusiasmo. “Queremos nos destacar pela excelência”, resumiu ao Rio 247 a gerente técnica da Clínica Cazuza, Eleni Vieira Rufino. “Nosso trabalho consiste em verificar in loco a situação de saúde de cada família da nossa área, trazer até aqui quem precisa de atendimento clínico e encaminhar para unidades maiores, com mais recursos, os casos mais complexos. Queremos fazer isso com a maior dedicação
A partir de uma estrutura física erguida com material de construção reciclado, inundada de luz natural com o sentido de economizar energia e equipada com sistema de reaproveitamento da água da chuva, a Cazuza será um ponto de convergência com consultórios funcionais e equipamentos para ultrassonografia e raio-x. Além de médicos, enfermeiros e agentes de saúde, reúne, de modo permanente, profissionais ligados ao Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf): psicólogo, fonoaudiólogo, nutricionista, ginecologista e assistente social. “As Clínicas da Família estão revertendo, para melhor, uma série de indicadores de saúde”, afirma o subsecretário de Atenção Primária, Vigilância e Promoção da Saúde, Daniel Soranz. “É um projeto que virou realidade, não tem contraindicações e continuará a crescer”.
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