Os infringentes, Dirceu e as nossas mídias

Dirceu, ao invés de mártir, teve sempre um tratamento de “super star” a cada vez que pisava no palco, sempre com uma espada imaginaria, fustigando aqueles que segundo ele o queriam crucificarDirceu, ao invés de mártir, teve sempre um tratamento de “super



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Em primeiro lugar devo dizer que acho que estão dando ao episódio dos embargos infringentes importância maior que eles têm. A intensa discussão em torno serviu mais ao espetáculo e a sua pirotecnia do que à definição do caso, que não se sabe ainda se tornará jurisprudência e quais as conseqüências disso.

A imprensa convencional sem dúvida usou seu poder de informar de forma inadequada. Fabricou uma ilusão. A de que uma decisão do STF poderia mudar o pais.

Mais notável foi a reação da chamada mídia social. Logo após o voto do ministro Celso de Mello, houve uma radicalização imediata entre quem era a favor e quem era contra.

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Já nos portais, nos sites e nos blogs tidos como de esquerda acontecia uma euforia quase generalizada provocando comentários às centenas    

Essa mídia, que os comunicadores do governo petista num momento de rara prudência souberam  co-optar, literalmente soltou fogos de artifício com a decisão do Supremo.

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Pela manhã, na quinta-feira, quem olhasse em torno notaria um exagero, tanto de quem apoiava os embargos como daqueles que asseguravam um novo Brasil se fossem rejeitados. O país continua o mesmo, o bom e velho Brasil segue seu rumo ao seu estilo. 

Pessoalmente nem me alegra, nem me aborrece essa constatação. Afinal há 74 anos eu vivo aqui e não tenho nem interesse, muito menos possibilidade de trocar de território.

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No episódio, apenas acho discutível a tese de que José Dirceu, apontado como chefe de quadrilha, tenha sido vítima de algum tipo deliberado de linchamento midiático.

Como jornalista das antigas, do tempo em que manchete ainda vendia jornal em banca disputando espaço com a concorrência, acho que seria inclusive um equivoco ignorar o potencial de um José Dirceu para atrair a atenção dos leitores, sejam favoráveis ou contrários.

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Acho que poucos brasileiros teriam uma história política mais movimentada – ou seja, interessante – do que esse cidadão.

Foram prisões no tempo de estudante, viagens a países comunistas, um pedaço de sua vida envolto em mistério quando inclusive trocou de nome e constituiu família, enfim um perfil que vem a calhar nas para um editor competente quando se trata de vender jornal. Tanto que vai virar livro escrito pelas mãos habilidosas de um Fernando Morais

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Dirceu, ao invés de mártir, teve sempre um tratamento de “super star” a cada vez que pisava no palco, sempre com uma espada imaginaria, fustigando aqueles que segundo ele o queriam crucificar.

E cada entrada em cena desse espadachim do século XXI sempre foi, é óbvio, acompanhado de perto pelos jornais. A mídia, seja a convencional, seja a eletrônica, precisa de personagens como Dirceu, senão morreríamos todos, jornalistas e leitores, de tédio profundo.

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