Operador da Odebrecht facilitava desvio para paraísos fiscais
O economista carioca Bernardo Schiller Freiburghaus, operador da Odebrecht (empresa de Marcelo Odebrecht), deixou o país em outubro de 2014, e está na lista de fugitivos internacionais da Interpol por suspeita de lavagem de dinheiro; tanto ele quanto sua empresa, a Diagonal Investimentos, são cadastrados como agentes de investimentos junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas um relatório de inteligência da PF que embasou as prisões dos dirigentes da Odebrecht aponta Freiburghaus como representante informal de pelo menos quatro grandes bancos de investimentos no Rio: PBK Private Bank, Pictec e os braços suíços do HSBC e do Royal Bank of Canada; ele montava operações para escoar divisas por meio de empresas de fachada em paraísos fiscais, até o destino final: contas na Suíça
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247 - O operador da Odebrecht no esquema de corrupção da Petrobras, segundo as investigações da Lava Jato, o economista carioca Bernardo Schiller Freiburghaus, deixou o país em outubro de 2014, e mudou-se para Genebra (Suíça), quando apareceram os primeiros sinais de que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-gerente Pedro Barusco haviam decidido colaborar com as investigações da operação Lava Jato. Peça que falta para explicar dezenas de operações que abasteceram contas secretas de ex-dirigentes da Petrobras, o economista foi incluído na lista de fugitivos internacionais da Interpol por suspeita de lavagem de dinheiro.
No despacho que determinou as prisões de executivos da Odebrecht na sexta (19), o juiz Moro afirmou que Freiburghaus tinha "papel equivalente" ao do doleiro Alberto Youssef, mas as semelhanças entre o economista e o operador do PP são poucas. Enquanto Youssef se aproximou de políticos e ficou conhecido no escândalo do Banestado, Freiburghaus é um operador mais sofisticado: estudou na Suíça e seu foco é gestão de grandes fortunas. É um especialista em transações internacionais.
Tanto ele quanto sua empresa, a Diagonal Investimentos, são cadastrados como agentes de investimentos junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas um relatório de inteligência da Polícia Federal que embasou as prisões dos dirigentes da Odebrecht aponta Freiburghaus como representante informal de pelo menos quatro grandes bancos de investimentos no Rio: PBK Private Bank, Pictec e os braços suíços do HSBC e do Royal Bank of Canada. Mas Freiburghaus não tinha ligação com as instituições para quem captava clientes e montava operações para escoar divisas por meio de empresas de fachada em paraísos fiscais, até o destino final: contas na Suíça.
Tanto Costa quanto Barusco afirmam que foi o diretor da Odebrecht Rogério Araújo que os apresentou ao dono da Diagonal Investimentos entre 2008 ou 2009. Araújo foi preso na sexta (19). Segundo o ex-diretor da Petrobras, o economista abriu as offshore Sygnus Assets S.A. e Quinus Services S.A. e as respectivas contas nos bancos suíços PKB e HSBC para que ele recebesse pagamentos da Odebrecht no exterior. Em setembro de 2012, estas contas tinham saldos de US$ 20 milhões, que depois foram transferidos para outras contas em bancos suíços. Tudo indica que Freiburghaus, como procurador das contas, agiu dessa maneira para dificultar o rastreamento do dinheiro.
No caso de Barusco, segundo a PF, Freiburghaus também abriu offshores e contas na Suíça das quais era procurador. No ano passado, mesmo depois da prisão de Costa, em março de 2014, Freiburghaus teria feito uma remessa de US$ 2 milhões para contas de Barusco no PBK. A suspeita é que o operador também seja responsável por transferências de US$ 815 mil da Odebrecht para uma das contas do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, ligado ao PT.
Em abril deste ano, a Procuradoria-Geral da República encaminhou um pedido às autoridades suíças para vasculhar endereços de Freiburghaus e bloquear seus ativos no país.
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