Operação Saint Michel leva quebra de sigilo da Delta para CPI

Segundo o relator da Comissão, Odair Cunha (PT-MG), procuração em nome de Cláudio Abreu indica que a direção nacional da empreiteira, inclusive o ex-presidente Fernando Cavendish, sabia das transações operadas em nome do Cachoeira

Operação Saint Michel leva quebra de sigilo da Delta para CPI
Operação Saint Michel leva quebra de sigilo da Delta para CPI (Foto: Divulgação)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 – O Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou a quebra do sigilo bancário das contas da Delta nacional. A ação é um desdobramento da Operação Saint Michel.

O relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), afirmou que o ex-diretor da Delta Centro-Oeste, Cláudio Abreu, recebeu uma procuração da direção nacional da Delta para movimentar contas gerais da construtora, que abasteceram empresas de fachada usadas pelo grupo do contraventor – o que indicaria que a direção da empreiteira, inclusive o ex-presidente Fernando Cavendish, sabia do esquema do bicheiro

Leia na reportagem do Globo:

continua após o anúncio

BRASÍLIA - O relator da CPI do Cachoeira, que investiga a relação do contraventor com políticos e empresários, Odair Cunha (PT-MG), afirmou nesta terça-feira que o ex-diretor da Delta Centro-Oeste, Cláudio Abreu, recebeu uma procuração da direção nacional da Delta para movimentar contas gerais da construtora, que abasteceram empresas de fachada usadas pelo grupo do contraventor. Segundo Odair Cunha, a procuração indica que a direção nacional, inclusive o ex-presidente Fernando Cavendish, conheciam as transações operadas por Cláudio Abreu, em nome do grupo de Cachoeira, e reforçam a necessidade da quebra dos sigilos bancário e fiscal das principais contas da empreiteira.

Há dez dias, a 5ª vara do Tribunal de Justiça do Distrito Federal já havia determinado a quebra do sigilo bancário das contas da Delta. O pedido foi feito pelo Ministério Público do Distrito Federal, que investiga as relações entre a empresa e o grupo do contraventor, em negócios com o governo local. A quebra de sigilo é um desdobramento da Operação Saint Michel, que resultou na prisão de Cláudio Abreu e outras quatro pessoas.

continua após o anúncio

- Se identificou que na Delta nacional, ela autorizou que Cláudio Abreu movimentasse contas da Delta nacional, através de procuração. Há um indicio forte de que toda a diretoria e a presidência da Delta tinham ciência e consentiu com o movimento de Cláudio Abreu. As contas da Delta Nacional, por meio de Cláudio Abreu, foram instrumento de transferência de dinheiro para empresas em nome de laranjas ou empresas ligadas à organização criminosa. Na medida em que se identifica uma conta dessa forma, claro que tem que ter alguém que deu a procuração para que Cláudio Abreu fizesse essas movimentações - explicou o relator.

Dados da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, mostram que a Delta destinou R$ 39 milhões para as contas de empresas de fachada, como a Brava Construções e a Alberto e Pantoja, que pagaram despesas da organização e até mesmo fizeram doações de campanha a parlamentares. Segundo o relator, a procuração requisitada pela CPI mostra que Cláudio Abreu teria recebido respaldo da direção nacional para fazer depósitos nas contas de tais empresas. O relator, porém, disse que ainda não recebeu a informação sobre quais ex-diretores ou mesmo se o ex-presidente Fernando Cavendish assinaram a procuração.

continua após o anúncio

Até agora, a CPI apenas quebrou o sigilo bancário das contas da Delta Centro-Oeste, dirigida por Abreu até o desfecho da Operação Monte Carlo. O presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), admitiu que a procuração complica a situação da Delta nacional, mas admitiu que só no começo de junho, quando a CPI se reúne para discutir novas quebras de sigilo, saberá se existe ambiente político para quebrar o sigilo da Delta nacional, sediada no Rio de Janeiro.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247