Onze anos para Maroni no País da prostituição

Nas ruas, nas novelas, nos cinemas ( dir., Dbora Secco como Bruna Surfistinha), nas livrarias, infantil, adulta, feminina, masculina, bissexual...; por onde se olhe, o Brasil o pas da venda do sexo; ex-dono do Bahamas pegou 11 anos de 8 meses de priso; cumprir em liberdade



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“Transformam o Brasil inteiro num puteiro, porque assim se ganha mais dinheiro”

Trecho de O Tempo Não Para, de Cazuza

 

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247 – Favorecimento à prostituição e manutenção de local destinado a encontros libidinosos. Sob essas acusações, o dono da boate Bahamas, Oscar Maroni Filho, foi condenado na sexta-feira, pela Justiça de São Paulo, a 11 anos e oito meses de prisão. "Durante décadas, ele fez da exploração da prostituição alheia a fonte de sua fortuna, transformando-a em negócio que gerava R$ 1 milhão por mês, incontroversamente. Iniciando com uma casa de massagens, logo teve várias delas, e dali para o Bahamas, prosseguiu empregando toda sua energia no aprimoramento, divulgação, seleção e ampliação de seu 'prostíbulo-balneário', passando, por fim, ao incentivo do meretrício 'virtual', tornando-se proprietário de quase uma quadra das regiões nobres da capital, onde erigiu um prédio de 11 andares com ligação subterrânea para as instalações de seu prostíbulo", registrou a sentença da juíza Cristina Ribeiro Leite, da 5ª Vara Criminal.

A condenação de Maroni tem o mérito adicional de chamar a atenção da sociedade para a questão da prostituição. Infantil com acento no Nordeste, de luxo nos grandes centros, virtual por meio de inúmeros portais, feminina, masculina, transexual, em best sellers como O Doce Veneno do Escorpião, de Bruna Surfistinha, no filme do mesmo nome, um verdadeiro blockbuster estrelado por Débora Secco no papel da famosa garota de programa, enfim, por onde se olhe há sexo vendido e pago no Brasil. Uma situação que se combate apenas por atos heroicos ou isolados, mas não por meio de uma política de Estado.

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Bem diferente do que acontece, neste momento, num país avançado como a Suécia, onde cerca de 300 pessoas já foram presas, este ano, sobh acusação de serem clientes de prostitutas. Em lugar de atacar as quadrilhas que envolvem a exploração das prostitutas, as autoridades nacionais resolveram partir para cima dos usuários. Os resultados já começam a aparecer na redução da frequência à prostituição. Na Alemanha, por outro lado, as chamadas “trabalhadoras do sexo” tem carteira de trabalho registrada no Estado e recolhem recursos para serem mantidas, no futuro da aposentadoria, pela previdência estatal. Uma alternativa de transparência e organização ao negócio. Por um ou outro caminho, o Brasil poderia seguir. A decisão política do momento, porém, indica que, afora as punições isoladas como a de Marone, o que ser mesmo é que tudo continue como sempre foi.

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