ONGs desvirtuam ideal do Minha Casa, Minha Vida

Ministrio Pblico Federal denuncia comrcio de vagas que deveriam ser exclusivas para famlias de baixa renda; terceirizao de cadastramento para ONGs gera cobrana de propina e uso poltico das obras

ONGs desvirtuam ideal do Minha Casa, Minha Vida
ONGs desvirtuam ideal do Minha Casa, Minha Vida (Foto: DIVULGAÇÃO)


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Fernando Porfírio _247 – O programa Minha Casa, Minha Vida entrou na mira do Ministério Público Federal. O MPF denuncia que ONGs estão fazendo comércio de vagas e que o governo federal terceirizou a execução do projeto com o setor privado. Em Guarulhos, procuradores da República moveram ação civil pública, com pedido de liminar, para mudar a forma de cadastramento e a inserção de beneficiários no programa.

O programa deve atender famílias com renda inferior a R$ 1.365. O pedido do MPF é para que a Caixa Econômica Federal seja obrigada judicialmente a ser a responsável pelo cadastramento dos potenciais beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida, fiscalizando quais pessoas preenchem os requisitos para obtenção do benefício habitacional garantido pelo programa.

A medida busca fortalecer o programa contra as fraudes decorrentes desse trabalho, atualmente realizado por diferentes ONGs conveniadas ao programa, que assumem, inclusive, a contratação das empresas responsáveis pelas obras de engenharia.

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O procurador da República Matheus Baraldi Magnani disse que o governo federal, para não assumir responsabilidades por fraudes no programa, terceirizou quase todas as atividades de execução do projeto para o setor privado, desde o cadastramento de beneficiários, até a contratação das construtoras. “E isso gerou o desvirtuamento do programa”, afirmou.

Segundo apurações da Procuradoria da República em Guarulhos, essa terceirização gerou diferentes irregularidades que desvirtuaram o Minha Casa, Minha Vida, como a cobrança ilegal de propina como condição para ser admitido no programa, o uso do programa como propaganda eleitoral por parte de políticos que representam as ONGs e o cadastro preferencial de pessoas relacionadas aos responsáveis pelas organizações.

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O MPF requer na ação que a CEF seja a responsável, por meio de suas agências, do cadastramento dos beneficiários de cada projeto de engenharia do programa Minha Casa, Minha Vida.

A cobrança de valores como pressuposto para a admissão no Minha Casa, Minha Vida é proibida, mas inquéritos civis públicos apuram o comércio de vagas na região de Guarulhos. Um deles refere-se à Associação de Desenvolvimento e Integração Humana – OSCIP HIDI, que venderia vagas num condomínio residencial por R$ 4 mil, localizado num terreno que sequer havia sido aprovado pela Caixa.

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Outros inquéritos envolvem o Conselho Comunitário de Educação Cultura e Ação Social (CCECAS). Em Itaquaquecetuba, a entidade, em parceria com uma ONG denominada CONPOÁ, cobrava taxa de R$ 1.500 para inscrever famílias no programa.

O projeto atualmente encontra-se em atraso e muitas pessoas, que acreditavam ter adquirido sua casa própria, foram excluídas do programa sem direito a reembolso. Informações indicam que o responsável pela CCECAS, Ricardo Silva, político conhecido em Itaquaquecetuba, tenha favorecido seus familiares em detrimento de pessoas em evidente situação de vulnerabilidade social, os principais destinatários do programa habitacional.

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Para Magnani, autor da ação, a necessidade de transferência de responsabilidades à Caixa não decorre apenas das situações expostas, mas também do fato de ser absolutamente ilegal e inconstitucional que o Estado delegue a ONGs o poder de selecionar os agraciados com os benefícios do maior programa residencial para pessoas de baixa renda do país.

Segundo o procurador, a colocação dos interesses privados como norte da distribuição de habitações populares fere preceitos jurídicos como a moralidade administrativa, a impessoalidade e a publicidade.

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