Okamotto, do Instituto Lula: 'a rua não tem dono'
Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, diz que as manifestações previstas para esta quinta-feira servirão para mostrar que "a sociedade brasileira está atenta e mobilizada para defender a democracia"; "Também é um gesto muito forte em defesa do projeto de desenvolvimento com inclusão social, iniciado no governo do ex-presidente Lula em 2003. O Brasil tem de fato muitos problemas, mas a base social deste projeto continua viva, forte e preparada para defendê-lo. É muito positivo para a democracia fazer essa disputa de projetos nas instituições, nos meios de comunicação e nas ruas"; confira sua entrevista
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247 – As manifestações previstas para esta quinta-feira, que estão sendo organizadas por movimentos sociais como a UNE (União Nacional dos Estudantes) e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), servirão para mostrar que 'a rua não tem dono', avalia Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.
"Também é um gesto muito forte em defesa do projeto de desenvolvimento com inclusão social, iniciado no governo do ex-presidente Lula em 2003. O Brasil tem de fato muitos problemas, mas a base social deste projeto continua viva, forte e preparada para defendê-lo. É muito positivo para a democracia fazer essa disputa de projetos nas instituições, nos meios de comunicação e nas ruas", diz ele.
Confira, abaixo, sua entrevista:
247 – O debate político prossegue nas ruas e nas redes sociais de forma bastante polarizada. O clima de Fla-Flu aparece em declarações e atitudes apaixonadas. Como o senhor enxerga este momento?
Paulo Okamotto – Há muito tempo o debate político no Brasil vem sendo polarizado entre os que defendem o projeto de desenvolvimento com inclusão social e geração de empregos e os defensores do modelo neoliberal anterior aos governos do PT. Vários fatores contribuem para exacerbá-la, entre os quais o momento da economia e a falta de informações.
O Brasil cresceu muito e rapidamente nos últimos 12 anos, quando tivemos o maior processo de ascensão social da história do país. Quando esse processo passa por um momento mais difícil, as pessoas ficam insatisfeitas, com razão.
Há também um fator político importante, pois a oposição teve em 2014 o seu melhor resultado eleitoral. Não venceu, e muita gente ainda não se conformou com esse resultado. O Brasil tem problemas e desafios muito grandes: o maior de todos é não retroceder no tímido crescimento com inclusão. Nós já superamos crises muito mais graves do que a atual. E vamos superar essa também com a ajuda de todos. O mais importante, neste momento, é não perder a confiança nem sair dos marcos da democracia.
247 – Este ano o PT e a sede do Instituto Lula foram alvo de ataques. Dirigentes políticos também foram hostilizados nas ruas. Como garantir que as opiniões e posições políticas sejam respeitadas num ambiente tão efervescente como o que vivemos atualmente?
Okamotto – É muito grave que a disputa política no Brasil tenha chegado a esse ponto.
Numa democracia há espaço para o debate e para a crítica, jamais para o terror e a violência, partam de onde partirem, porque isso é a negação da democracia.
Esse tipo de ataque não afeta apenas o partido ou a liderança diretamente atingida. Afeta cada cidadão e a sociedade como um todo.
As autoridades da República, o Judiciário e o Ministério Público têm de ser rigorosos para identificar e punir os que atentam contra a democracia. O Legislativo tem de se pronunciar com firmeza. E a sociedade, por meio de suas organizações, dos movimentos sociais, das igrejas, dos sindicatos, dos meios de comunicação, tem de estar mobilizada para defender a democracia, isolar a violência e o terror.
247 – Qual o significado das manifestações de hoje ?
Okamotto – Esta manifestação deve ser para mostrar que a sociedade brasileira está atenta e mobilizada para defender a democracia, uma conquista de todos, resultado da luta e do sacrifício de muitos.
Também é um gesto muito forte em defesa do projeto de desenvolvimento com inclusão social, iniciado no governo do ex-presidente Lula em 2003. O Brasil tem de fato muitos problemas, mas a base social deste projeto continua viva, forte e preparada para defendê-lo. É muito positivo para a democracia fazer essa disputa de projetos nas instituições, nos meios de comunicação e nas ruas. A rua não tem dono.
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