“O Supremo nos deu um presente”, dizem Marcela e Daya, as duas mães de Lisa

Casal de mulheres que move o primeiro processo de registro civil de recm-nascida com duas mes fala vdeo-reportagem de Brasil 247; "STF fez histria", acreditam; leia e assista



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Marco Damiani_247 – As jornalistas Marcela Matos e Daya Lima são casadas há oito anos. A união foi consumada quando Marcela já tinha Nina, hoje com 15 anos, que ela adotara ainda bebê. Juntas, as duas mulheres resolveram ter outra filha. Decidiram, então, que Daya ficaria grávida a partir do sêmen de um doador anônimo. “Eu o chamo de ‘homem bom’”, diz ela que, depois de procurar um banco genético, deu a luz à linda Lisa, hoje com 8 meses.

As mães ainda não conseguiram, porém, registrar a menina com o sobrenome de ambas. Para conseguir o feito, movem a primeira ação civil na Justiça brasileira que exige o reconhecimento de uma recém-nascida com duas mães.

“A situação real da Lisa é esta: ela tem duas mães e um pai anônimo, desconhecido. É isso o que tem de ser reconhecido”, defende Marcela. O caso se desenrola desde o nascimento da criança, e somente poucos dias atrás foi marcada a primeira audiência em juízo, para junho. “O que deveria ser um registro de nascimento como outro qualquer, se tornou uma novela jurídica”, compara a mãe que fez o parto. Além de demandar tempo, a ‘novela’ está custando ao casal, até agora, cerca de R$ 15 mil em despesas com advogados, cartórios e emissão de documentos. “Se nossa filha não tiver o sobrenome de nós duas, eu nunca serei reconhecida como mãe da Lisa, o que vai trazer problemas na escola, em órgãos públicos e até em situações de emergência, como dar entrada em um hospital”, adianta Marcela. "Apesar de eu ser uma das responsáveis por ela na prática, tenho de ser reconhecida juridicamente como tal".

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Atentas à decisão dos juízes do Supremo Tribunal Federal, que na quinta-feira 5 deram 10 votos a favor e nenhum contra ao reconhecimento dos direitos dos casais homossexuais sem qualquer tipo de discriminação, as pioneiras Marcela e Daya acreditam que sua batalha para registrar Lisa com os sobrenomes Matos e Lima vai avançar. “Vamos ver na prática como a Justiça vai se comportar”, diz Marcela, ao mesmo tempo cética e otimista. “A tendência, ao que parece, é tudo ficar mais fácil”.

À vídeo-reportagem de Brasil 247, o casal concedeu em seu apartamento, no bairro da Lapa, em São Paulo, uma entrevista ao lado das filhas Nina e Lisa. Os depoimentos foram dados enquanto o julgamento dos direitos do casamento homossexual ainda se desenrolava em Brasília, mas a vitória da causa já estava assegurada por maioria. Ao final, alívio e esperança diante do placar de 10 a zero. “O Supremo nos deu um presente”, reconheceu Marcela. “Agora temos todos os direitos de quem, como nós, paga impostos e tem plena cidadania”, completou Daya.

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Confira agora a entrevista:

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