O risco de um gol contra na Copa do Mundo
A população ainda não percebeu que de janeiro para cá tudo gira em torno da possibilidade de Brasília sediar a abertura da Copa
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Ser brasileiro é amar futebol. Quando o assunto é Copa do Mundo, então, nem se fala: o país pára. Nada é mais importante do que ver a seleção entrar em campo disposta a conquistar mais um título para o Brasil. E em 2014 o coração vai bater ainda mais forte, uma vez que o mundial será aqui, o "país do futebol". Imagine só a emoção...
Mas não dá para essa devoção ao esporte servir como cortina de fumaça de ações impensadas e estratégias equivocadas de gestão pública. Há tempos, pelo menos desde o fim do ano passado, temos ouvido do hoje governador Agnelo Queiroz (PT) inúmeros discursos sobre a Copa do Mundo de 2014. Liberação de recursos bilionários, investimentos diversos e uma agenda de governo exclusivamente direcionada ao mundial. Não dá!
O governador que hoje comanda o DF não foi eleito para ser gerente de torneio de futebol. Se Agnelo ocupa a principal cadeira na Praça do Buriti, é porque o povo confiou nele como gestor público do Distrito Federal. Foi escolhido para ser líder e olhar para todos os cidadãos, do mais humilde ao mais favorecido, sem distinção. Obviamente, com definição de prioridades e garantindo principalmente dignidade para a população do DF.
De um plano de governo rico que foi prometido durante a campanha eleitoral, hoje só se ouve falar do governo eleito em construção de estádio. Se há cursos de capacitação desenvolvidos pelo GDF, é para treinar a mão de obra para o mundial de 2014. Se há melhoria no transporte, é para atender futuramente os turistas que ficarão apenas alguns dias no DF.
A população ainda não percebeu que de janeiro para cá tudo gira em torno da possibilidade de Brasília sediar a Copa. E repito: possibilidade. Chances há. Como há também o risco da capital federal perder um dos momentos mais importantes do evento para a cidade de São Paulo. E aí? Do que adiantará a mega-estrutura? Alguém já pensou nisso?
Já passou da hora do governador Agnelo parar de querer ser ainda ministro do Esporte. Ele agora é um chefe de Estado e deve governar como tal. Cidadãos estão morrendo como nunca nas filas dos hospitais arruinados e o governador ignora a promessa que fez na campanha de que iria comandar pessoalmente a saúde pública do DF. Bilhões de reais serão investidos no Mané Garrincha enquanto o povo sofre com ônibus públicos deteriorados, sujos e passagens caríssimas.
Quem não se lembra durante o último aniversário de Brasília o campo de futebol montado em plena Esplanada dos Ministérios? Secretários de Estado e o próprio governador do DF se travestiram de jogadores na oportunidade para dividir atenção com craques nacionais. Para isso, torraram R$ 2 milhões que serviram, na verdade, para dar pistas à população de que a prioridade do atual comando do Buriti está longe das necessidades básicas da população.
Esses são apenas alguns exemplos de como o governo do "novo caminho" está na verdade sem rumo algum. Copa do Mundo, repito, é uma grande oportunidade para o desenvolvimento da nossa cidade e do nosso país. Mas a fome, a miséria, o desemprego e a grande sensação de insegurança não podem esperar até 2014. O povo vibra com futebol, mas antes de qualquer coisa, espera que o placar seja de goleada em prol do Distrito Federal.
*Liliane Roriz é deputada distrital pelo PRTB
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