O que é que a Bahia tem? Níquel.
Mina levou empresa australiana, Mirabela Minerao, a investir US$ 800 milhes no Estado; companhia promete "redeno econmica" na regio cacaueira
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Luciana Rebouças_Bahia 247 - A Mirabela Mineração do Brasil chegou para ficar na Bahia e não vai ser por pouco tempo. A mineradora é uma subsidiária do grupo empresarial australiano Mirabela Nickel e completou este ano um investimento de US$ 800 milhões no Estado (aproximadamente R$ 1,2 bilhão). E o que mudou de 2006, quando a Mirabela começou a sua instalação, para cá? Segundo Cláudio Lyra, diretor de Suporte Operacional da empresa, "a Mirabela representa a redenção econômica depois da crise do cacau que assolou a região, dando novas perspectivas econômicas, pelas oportunidades de emprego e serviços, além de impostos e renda, a serem aplicados localmente".
A verdade é que os números não são inexpressivos. A produtividade da mina de níquel, encontrada no município de Itajibá, suldeste da Bahia, a 140 km de Ilhéus, é estimada em 23 anos. A reserva chega a 570 milhões de toneladas, sendo a tonelada do níquel sulfetado vendida a US$ 26 mil. Em resumo, é a maior mina de níquel sulfetado descoberta nos últimos 20 anos, sendo considerada a segunda maior do mundo depois da Vale Inco, no Canadá. Na Bahia, a Mirabela emprega 850 funcionários diretos e cerca de 750 pessoas indiretamente.
O retorno da empresa também chega através de impostos municipais. Em 2010, a Mirabela pagou de ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) o equivalente a R$ 2,496 milhões. No mesmo ano, pagou também mais de R$ 6 milhões de CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), sendo que 65% deste valor foi repassado a Prefeitura de Itajibá, ou seja, mais de R$ 4 milhões.
A operação da empresa começou com tudo em 2011. Este ano, a Mirabela fez o primeiro embarque da carga avaliada em US$ 30 milhões para a Norilsk Nickel, na Finlândia, e não tem motivos para preocupação: toda a sua produção está vendida até 2014, sendo 50% para a Votorantim Metais e os outros 50% para a Norilsk. Questionada sobre a importância do material para o mercado global, Lyra informa: "este elemento propicia a fabricação de ligas especiais e de aço inox, utilizados em diversos produtos presentes no dia a dia, como a produção de baterias de celular e equipamentos eletrônicos, relógios, materiais cirúrgicos e até as panelas e utensílios domésticos".
Apesar de não contar as próximas localidades de seus planos, a Mirabela admite que esteja realizando uma série de pesquisas geológicas em diferentes áreas do país. "Temos a perspectiva de desenvolvimento de novas oportunidades promissoras, que venham a se incorporar no portfólio das atividades e negócios da Mirabela". Mas antes da notícia sobre os investimentos em novos Estados, é tempo de seguirmos a trilha da Mirabela e repensarmos o que é que a Bahia ainda tem para nos oferecer.
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