Nossa Capital, nossa história

Pode ser que ainda não tenha dado tempo para que Brasília e por que não dizer o povo brasileiro se recuperassem dos traumas e marcas causados pelo regime militar



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Terra de todo mundo, terra de ninguém.

Todos nós, temos um vínculo permanente com nossa Capital. Seja por necessidade, seja por obrigação. Melhor seria se por admiração.

Nós brasileiros cultivamos um sentimento de que Brasília é a terra da corrupção e de que daqui nada sai ou entra sem pagar pedágio. Sendo o centro nervoso das decisões políticas do nosso país, todos os pensamentos políticos e todas as decisões para melhor dividir o bolo da arrecadação, políticas públicas e as necessárias negociações e não negociatas em prol do povo passam pelas terras de Brasília, que etimologicamente significa “terra daqueles que provêm de terras brasileiras”. Ora, e não poderia ser diferente a ideia da concepção de Brasília é exatamente esta. Reunir o melhor dos brasileiros em um único lugar, para pensarmos e decidirmos o presente e futuro, respeitando o passado da nossa gente.

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No dizer do político Dep. Federal Vitor Paulo, certa vez me orientando sobre trabalhos a serem realizados em nossa Capital, assim definiu homens e mulheres sérios que aqui se encontram para pensar o BRASIL.: “Lá em Brasília o mais bobo voa”.

Não poderíamos encontrar melhor e mais singela definição.

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Ora, pense comigo, mas, pense limpo; por exemplo: os representantes dos Estados da Federação que aqui se encontram para pensar as politicas para nossa nação vão trazer o que há de melhor ou pior em termos técnicos para representar seu Estado na Capital Federal?

Conheça agora, um pouco da história da nossa Capital.

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Voltando um pouco no tempo, Marquês de Pombal nos idos do século XVII idealizou a centralização da nossa Capital para melhor controlar o fluxo da mineração e da produção agrícola da então colônia Portuguesa o que à época não teve o apoio necessário para a sua concretização em face dos custos e também pela acomodação da Capital na cidade do Rio de Janeiro, que se encontrava banhado pelo oceano Atlântico, até então, única porta de entrada para o nosso país, daqueles que vinham de além mar. Aqui também, neste momento, não podemos deixar de destacar a preocupação da Capital estar muito próxima ao mar, o que facilitava o ataque de nações estrangeiras, como foi o caso mais marcante com os Holandeses.

No século XIX, José Bonifácio também idealizou a centralização de nossa Capital, visando maior integração dos nossos territórios o que viria, por conseguinte consolidar o Estado Nacional Brasileiro.

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Relatos apontam também, para o ideal do Padre Italiano Dom Bosco que em 1883, sonhou que a Terra Prometida se estabeleceria entre os paralelos 15º e 20º. E neste local, 80 anos depois, coincidentemente ou não, estabeleceu-se a construção e edificação de nossa Capital.

Em 1891, quando da elaboração e promulgação da nossa primeira constituição republicana, ficou estabelecido onde seria efetivamente a construção da nova Capital, com a criação da Comissão Exploradora do Planalto Central, liderada pelo Astrônomo Luiz Cruls e demarcou uma área de 14.000 Km2, a partir da base à época usada, que foi a cidade de Pirenópolis, GO. Surge então, oficialmente a expressão DISTRITO FEDERAL.

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Dando sequencia aos trabalhos da Comissão Exploradora do Planalto Central, Getúlio Vargas em 1940, determinou o mapeamento do local dando inicio ao movimento chamado de Marcha para o Oeste.

Já no governo de Juscelino Kubitschek em 1956, deu-se inicio a construção efetiva de Brasília, no lugar que já havia sido demarcado no séc. XIX, só que com uma área muito menor de 5.000 KM2. Nessa época, vivíamos uma euforia de otimismo, realização com um dos slogans mais famosos da época: “50 anos em 5”.

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Em 1957, O urbanista Lucio Costa, ganha o concurso público Nacional de projetos para a Cidade e chama para compor sua equipe o arquiteto Oscar Niemeyer, Engenheiro Israel Pinheiro e o paisagista Burle Marx. Essa equipe de homens hoje renomados e que fizeram história, traçaram o perfil ÚNICO no mundo para uma cidade.

No projeto original, Lucio Costa queria que todas as classes coabitassem o Plano Piloto, para depois ocupar as cidades satélites. O objetivo era evitar a divisão de bairro rico e bairro pobre, a exemplos fracassados de outras cidades de nosso país. O plano piloto suportaria de 500 a 750 mil habitantes, mas, hoje em dia ele não possui 360 mil e a grande massa que habita hoje o DF em seus 2.000.000 de habitantes restantes está nas cidades satélites.

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A ideia era realmente unir as pessoas, tanto que os prédios residenciais de 6 andares sob pilotis foi feito para deixar o térreo ou piso como passeio público, como efetivamente uma via pública.

“Os sonhos e planejamentos são fundamentais. Mas a realidade sempre supera nossas expectativas e controle.” Lucio Costa.

“Se eu quisesse fazer uma obra perfeita, eu não saberia por onde começar.” Burle Marx

Milhares de trabalhadores migram para o Planalto Central para iniciarem efetivamente as obras. Esses pioneiros ficaram conhecidos como candangos e por isso, quem nasce em Brasília é Brasiliense ou candango.

Seguindo o espírito do Bandeirante, ou a luz dessa missão intitulada Cristã, vivendo esse espírito, Lucio Costa traçou inicialmente uma cruz no papel, que definia as Alas Norte e Sul, que depois pela analogia popular a um avião, passaram a ser conhecidas como Asas Norte e Sul.

Em 21 de abril de 1960 (dia de Tiradentes), em uma alusão à Inconfidência Mineira (movimento separatista do Brasil de Portugal) Brasília a nova Capital do Brasil foi inaugurada sob o governo e também por decisão politica definitiva em construí-la de Juscelino Kubitschek.

Naquela época, vivíamos um grande momento cultural, com a Bossa Nova, os Movimentos Estudantis a pleno vapor e a UNE – União Nacional dos Estudantes promovendo os Centros Culturais pelo País, mas, principalmente nas Capitais.

Brasília desde o seu nascimento já respirava ares metropolitanos, muito devido a esses movimentos culturais, mas, também, pela presença dos Embaixadores e de todo o pessoal da estrutura administrativa vinda do Rio de Janeiro.

Logo após seu governo (JK), e, ainda, depois da renuncia de Jânio Quadros, seu vice João Goulart foi deposto pelo golpe militar de 1964, levando os ares democráticos e culturais da novíssima Capital a ferro.

Vinte anos se passaram e toda aquela imagem de cosmopolita, culta e livre, deu lugar a truculência e rigidez, perdendo assim Brasília, por assim dizer, seu charme, mas, sempre aclamada como uma verdadeira obra de arte a céu aberto.

Nos anos de 83 e 84, a nação brasileira foi às ruas e pediu eleições diretas para presidente o que só ocorreu em 1989/90, com a eleição de Collor. Antes, porém, José Sarney vice de Tancredo Neves que havia sido eleito pelos deputados através de um colégio eleitoral para o período de 1985 a 1989 em eleições indiretas, sucedendo o último presidente general João Batista de Figueiredo.

Pode ser que ainda não tenha dado tempo para que Brasília e por que não dizer o povo brasileiro se recuperassem dos traumas e marcas causadas pelo regime militar, a ponto de ter a imagem de Brasília que é o espelho desse povo, totalmente restaurada ao seu charme natural e que pairava nos ares da década de 60 do século passado.

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