Noblat: alvo do PIG agora é Joaquim Barbosa

Mas o PIG, para ele, não é a imprensa golpista, mas sim o partido da imprensa governista. E diz que essa organização é mais uma das heranças malditas deixada pelo ex-presidente Lula à sucessora Dilma Rousseff; na crítica do colunista do Globo, sobrou até para o jornalista Luís Nassif

Noblat: alvo do PIG agora é Joaquim Barbosa
Noblat: alvo do PIG agora é Joaquim Barbosa (Foto: Divulgação_STF/Divulgação)


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247 – O jornalista Ricardo Noblat, expoente do PIG (Partido da Imprensa Golpista), segundo seus adversários, reconheceu a existência da organização. Mas a definiu como Partido da Imprensa Governista – o que seria mais um aspecto da “herança pesada” deixada pelo ex-presidente Lula à sucessora Dilma Rousseff.

Segundo Noblat, o PIG – tal qual ele define – tem um alvo claro e definido, que seria o ministro Joaquim Barbosa, por estar sendo independente e duro demais com os réus da Ação Penal 470, embora tenha sido indicado para o cargo para o ex-presidente Noblat.

O colunista do Globo define Barbosa como um anjo vingador. “Um anjo preto, zangado, irritadiço e sempre à beira de um ataque de nervos”. Diz ele, ainda, que o PIG não expõe as razões de sua revolta contra Joaquim. “Correria o risco de perder seus poucos leitores tamanho é o prestígio de Joaquim nas redes sociais”.

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Noblat também deu uma indireta contra o jornalista Luís Nassif. “Não ria: membro mais afoito e mais bem remunerado do PIG comparou Joaquim com Inquisidores da Idade Média que torturaram e mataram. Seria o nosso Torquemada!”

O colunista do Globo lembra ainda que “Joaquim Torquemada e sua equipe de torturadores já concluíram de que de farsa o mensalão nada teve assim como não teve nada de engraçado”. Com o julgamento, diz ele, não cessará a corrupção, mas a impunidade levará uma bordoada.

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Abaixo, a íntegra da coluna:

Joaquim é o alvo - RICARDO NOBLAT

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O Partido da Imprensa Governista (PIG) começou a descer o pau no ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão. O PIG é parente da imprensa chapa branca que sobrevive da caridade oficial. Basicamente, é o conjunto de blogs, sites e portais que serve ao governo e aos partidos que o apoiam. Trata-se de mais um aspecto da herança pesada deixada por Lula para Dilma, por mais que ela negue.

Por que Joaquim virou alvo de malhação? Porque o desempenho dele até aqui desagrada ao PT. Porque ele deve a Lula sua nomeação para o Supremo Tribunal Federal (STF) e, no entanto, atua com a independência que se espera de todo juiz. Registre-se por dever de ofício: ele e outros ministros indicados por Lula e Dilma.

Naturalmente o PIG está impedido de expor com clareza as razões de sua revolta contra Joaquim. Seria insensato fazê-lo. Correria o risco de perder seus poucos leitores tamanho é o prestígio de Joaquim nas chamadas redes sociais. Ali ele virou uma espécie de anjo vingador. Um anjo preto, zangado, irritadiço e sempre à beira de um ataque de nervos.

Sem audiência, para quê sustentar o PIG? Só para que continuasse a disseminar intrigas durante períodos eleitorais? Para que funcionasse como laboratório onde se testam palavras de ordem? Ou para que seguisse defendendo aliados do governo? Collor, Sarney, Renan - toda essa gente conta com a ajuda do PIG quando se lhe apertam os calos. Sem utilidade, adeus patrocínio!

O PIG argumenta que Joaquim está sendo muito rigoroso com os réus do mensalão. Como se rigor fosse um exagero e a condescendência o mais aconselhável. Não ria: membro mais afoito e mais bem remunerado do PIG comparou Joaquim com inquisidores da Idade Média que torturaram e mataram. Seria o nosso Torquemada!

No fim do século XV, na Espanha, o dominicano Tomás de Torquemada, promovido a inquisidor-geral pelo papa Inocêncio VIII, recomendava parafusos nos polegares dos heréticos enquanto rezava contrito e baixinho pela salvação de suas almas. Se Joaquim procede como ele, o STF virou o endereço nobre e espaçoso dos novos inquisidores.

Sim, porque Joaquim não julga sozinho. Na última segunda-feira, por exemplo, ele condenou Ayanna Tenório, uma das diretoras do Banco Rural, o financiador de parte do mensalão. E aí? Aí que Ayanna acabou absolvida por 9 votos contra um. Ninguém no STF é voto de cabresto de ninguém. Um homem, um voto. De resto...

De resto que as decisões do STF no processo do mensalão estão sendo tomadas por larga maioria de votos. É isso, e apenas isso o que está tornando possível até agora o próprio julgamento. O julgamento mais longo e complexo da história da Corte Suprema. Que não tem data para terminar. E que não se sabe como terminará.

Em dezembro de 2005, quando ficou pronto o relatório da CPI dos Correios que apurou o esquema do mensalão, Lula se recusou a lê-lo. Disse que só lhe interessava a palavra final da Justiça. Depois se antecipou à Justiça e decretou que o mensalão não passara de uma farsa. Delúbio Soares preferiu chamá-lo de "piada de salão".

Joaquim Torquemada e sua equipe de torturadores já concluíram que de farsa o mensalão nada teve. Assim como também nada teve de engraçado. A prática de corrupção entre nós não cessará com a condenação dos réus do mensalão. A impunidade, talvez, a depender da força da bordoada que acabe levando.
 

 

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