Nardes: decisão do TCU sobre contas de Dilma é histórica

Adiamento por 30 dias do julgamento das contas públicas de 2014 representa uma nova forma de atuação do órgão, que deverá refletir também nos tribunais estaduais, segundo o ministro-relator Augusto Nardes; ele acrescenta que a nova fase deve-se ao upgrade promovido pelas especializações da equipe técnica do tribunal; Temos agora bagagem para fazer auditorias que não fazíamos antes. Se antes não foi descoberto, é porque não tínhamos implantado isso", disse o ministro; "Foi por meio dessa equipe que levantamos as pedaladas fiscais", acrescentou

Adiamento por 30 dias do julgamento das contas públicas de 2014 representa uma nova forma de atuação do órgão, que deverá refletir também nos tribunais estaduais, segundo o ministro-relator Augusto Nardes; ele acrescenta que a nova fase deve-se ao upgrade promovido pelas especializações da equipe técnica do tribunal; Temos agora bagagem para fazer auditorias que não fazíamos antes. Se antes não foi descoberto, é porque não tínhamos implantado isso", disse o ministro; "Foi por meio dessa equipe que levantamos as pedaladas fiscais", acrescentou
Adiamento por 30 dias do julgamento das contas públicas de 2014 representa uma nova forma de atuação do órgão, que deverá refletir também nos tribunais estaduais, segundo o ministro-relator Augusto Nardes; ele acrescenta que a nova fase deve-se ao upgrade promovido pelas especializações da equipe técnica do tribunal; Temos agora bagagem para fazer auditorias que não fazíamos antes. Se antes não foi descoberto, é porque não tínhamos implantado isso", disse o ministro; "Foi por meio dessa equipe que levantamos as pedaladas fiscais", acrescentou (Foto: Gisele Federicce)


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Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil

A decisão inédita do Tribunal de Contas da União (TCU) de adiar o julgamento das contas de 2014 do governo federal representa uma nova forma de atuação do órgão, que deverá refletir também nos tribunais estaduais. De acordo com o relator da matéria, ministro Augusto Nardes, essa nova fase deve-se ao upgrade promovido pelas especializações da equipe técnica do tribunal.

Por unanimidade, o plenário do TCU adiou por 30 dias, a serem contados a partir de notificação, a análise das contas do governo federal, a pedido do relator Augusto Nardes. Segundo ele, as contas apresentadas "não estão em condições de ser apreciadas". O prazo dado pelo TCU é para que a presidenta Dilma Rousseff e sua equipe esclareçam, por escrito ou pessoalmente, indícios apontados pelo tribunal de que teriam descumprido as leis de Responsabilidade Fiscal e Orçamentária Anual.

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"A decisão é histórica porque os demais tribunais poderão nos seguir e não apreciar as contas. Esta é uma mudança de comportamento que todos querem. Espero que isso repercuta também nos tribunais dos estados. Isso dará sincronização do Estado brasileiro como um todo", disse Nardes, que atribuiu a nova prática ao "upgrade [obtido] com as especializações da equipe do TCU", que vêm sendo implantadas desde 2013. "Agora temos gente mais especializada e uma reserva intelectual que pode em muito auxiliar a nação. Temos agora bagagem para fazer auditorias que não fazíamos antes. Se antes não foi descoberto, é porque não tínhamos implantado isso", afirmou o ministro. "Foi por meio dessa equipe que levantamos as pedaladas fiscais", acrescentou.

O atraso de repasses do governo a bancos públicos para pagamento de programas sociais levanta a suspeita de que o governo tenha adotado manobras para maquiar R$ 40 bilhões das contas entre 2009 e 2014, conforme Nardes. "Só em 2014, foram cerca de R$ 7 bilhões", disse o ministro. Segundo ele, até o momento, o TCU encontrou 31 itens com indícios de irregularidades. Desse total, 13 serão submetidos ao esclarecimento da presidenta. Além das manobras, Dilma terá de explicar a falta de contingenciamento de R$ 28,4 bilhões em despesas discricionárias da União, referentes a 2014. "Além de não ter feito esse contingenciamento, o governo liberou outros R$ 10 bilhões que não tinham previsão orçamentária".

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Nardes lembrou que muitos dos escândalos de corrupção que ocorrem no país poderiam ter sido evitados caso o governo tivesse dado ouvidos aos alertas emitidos pelo TCU em anos anteriores. "Estamos inaugurando um novo tempo. Essa situação que vivemos no país é decorrente, em muitos casos, dos alertas que fizemos, como por exemplo, foi o caso da Petrobras e das estatais que não estão aplicando corretamente os investimentos."

O ministro destacou a importância da Lei de Responsabilidade Fiscal para a governança do país e para evitar que ocorram casos semelhantes aos bancos estaduais, e com as dívidas que eram repassadas da gestão de um governo a outro governo.

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Em ocasiões anteriores, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, disse que esse fato representa, na verdade, "diferenças na interpretação jurídica" de algumas ações financeiras.

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