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Filiados do SINDIRETA (Sindicato do DF) são cheios de pudores com os seus contracheques e temem ser sequestrados. Tadinhos!



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Tem que ser muito cara de pau mesmo. O SINDIRETA-DF (Sindicato dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias, Fundações e Tribunal de Contas do Distrito Federal) estampa uma campanha em seu site que deve ser patrocinada por alguma multinacional do óleo de peroba. Chamada SALÁRIOS FORA DA REDE, ela defende que "uma liminar do TJDF determina a retirada imediata de valores da internet", referindo-se à recente Lei da Transparência, que permite ao internautas saberem quanto ganham os funcionários públicos.

O SINDIRETA e seus advogados sabem que não vão escapar da Lei, que veio pra ficar e é um avanço republicano em todos os sentidos, um verdadeiro exercício de cidadania. E outra. Não é esse sensacionalismo de que A INTIMIDADE SERÁ EXPOSTA, com os nomes arrolados no G1 e no Terra, o CPF, o RG e Cópia Autenticada do IR dos burocratas e plutocratas, dos aspones (assessores de porra nenhuma) e carimbadores malucos. A Lei permite simplesmente uma consulta pública. Se alguém solicitar uma informação, deve recebê-la.

Os salários são desproporcionais, não tentem esconder isso, seus espertinhos. Mas é compreensível que surja logo em Brasília uma campanha nesse sentido, onde todos os escrúpulos já foram esquecidos há muito tempo, onde a expressão MAMAR NA TETA atinge o seu paroxismo.

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Repito. Não há duvida de que a lei é razoável, já foi discutida pelos juízes mais cabeçudos, é consenso entre os formadores de opinião, os jornais, as revistas, encontra defensores ardorosos nos papos de boteco. Os advogados do SINDIRETA não ganham nada tacando fogo no TJDF, a não ser fama de mafiosos. Ou delinquentes.

Na cabeça deles, um FUNCIONÁRIO PÚBLICO, que presta um SERVIÇO PÚBLICO, pago com DINHEIRO PÚBLICO, deve ser embolsado de FORMA PRIVADA, de prefêrencia sem muito alarde, com os bônus e as gratificações pulverizadas, o contracheque sigiloso e criptografado, a informação completamente protegida dos jornalistas, dos internautas e dos bisbilhoteiros.

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O SINDIRETA alega que seus filiados temem o sequestro relâmpago. Curioso eles observarem isso, porque de fato ninguém mais no Brasil teme os sequestros relâmpago, só eles, deve ser um daqueles troços chamados Prerrogativa de Estado. O povo brasileiro respira plenamente aliviado, enquanto os filiados do SINDIRETA temem ser sequestrados. Sugiro que o resto da sociedade civil também encampe um manifesto - NÓS TAMBÉM TEMEMOS SER SEQUESTRADOS! Aí, juridicamente falando, fica elas por elas de novo.

Pela lógica do SINDIRETA, quando a imprensa divulga que tal executivo é bem sucedido e tem um belo salário, o veículo responsável pela informação deveria ser processado por expor a intimidade do personagem. Ao contrário, o que acontece é que geralmente esse tipo de matéria é paga. As pessoas têm orgulho do próprio rendimento e fazem questão de divulgá-lo, agrega valor à empresa e ao cargo. Na pilantragem do serviço público, fica subentendido que pega mal ganhar tanto pra fazer tão pouco.

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Mas há uma explicação psicanalítica pra tudo isso. Os filiados do SINDIRETA não querem ter salários divulgados porque eles tem vergonha, por que é algo íntimo, como mostrar a calcinha, como ter uma ereção em público. Eles têm medo que o povo diga – Nossa, é desse tamanho mesmo! Que saúde, hein! São como pré-adolescentes em cujo corpo estão crescendo pelos e pentelhos por todos os lados, mas querem cobrir a testosterona que ainda não assimilaram com calças, jaquetas, bermudões, querem tapar a bunda larga, o bigode de porteiro. Mas o tempo é inexorável – e eles estão crescendo, ficando cavalas e homenzarrões que consomem altas doses de proteína e fazem crediário em todas as lojas do Plano Piloto.

Urge saber quanto eles ganham. É pra ontem, inclusive.

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