"Miró" de Duque era gravura de R$ 160 mil
Suposta tela de R$ 15 milhões do espanhol Juan Miró apreendida pela PF na casa de Renato Duque é, na verdade, uma gravura que a TV Globo estipulou, com base num suposto leilão inglês, valer R$ 160 mil; o Tijolaço compara 'mico' ao ovo "Fabergé" de Eike Batista, que se revelou uma imitação vendida em camelôs, sem valor algum
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Por Fernando Britto, do Tijolaço
Eu tenho grande amor pela pintura, mas nenhum dinheiro para comprar arte.
De qualquer forma, tenho na parede da sala um possível Burle Marx, que comprei a R$ 100, jogado num brechó, mesma situação em que achei duas imitações de Teruz, a R$ 50 cada.
Espero que a Polícia Federal, quando der “batidas” na casa de um blogueiro sujo, que não recebe (embora digam que recebe) dinheiro do Governo. eleve-me à condição de “colecionador de arte”.
Porque foi este o ridículo a que estão prestam com o espalhafato de anúncios mirabolantes, feitos em cima da perna, de apreensões de quadros de “valor inestimável” na casa de dirigentes da Petrobras acusados na Lava-Jato.
Ontem, o Fantástico mostrou que a tela de R$ 15 milhões do espanhol Juan Miró, é na verdade uma gravura, que a Globo comparou com base num suposto leilão inglês, valer R$ 160 mil.
Ora, para dizer isso não precisava investigador algum, apenas quem saiba que não se coloca nunca um vidro sobre uma pintura.
E não vale nem isso, se a gente tomar por base a matéria da Zero Hora – associada da Globo na RBS – que mostra gravuras autênticas de Miró sendo vendidas a R$ 3 mil. A reportagem, curiosamente, tem um título adequado: “Você também pode ter um Miró na sala”
“Mico” semelhante pagaram como o ovo “Fabergé” apreendido a Eike Batista, na verdade uma imitação vendida em camelôs, sem valor algum.
Não sei se Duque roubou ou não roubou e se tem os valores que se lhe atribui no exterior. Metade dos que estão aparecendo na lista do HSBC, inclusive os globais revelados hoje, nega ter as contas, apesar de haver documentos.
E pode ser que vários quadros, de valor imensamente menor, sejam verdadeiros. Afinal, Duque tinha um salário de R$ 100 mil.
É melhor que o Ministério Público e a Polícia Federal sejam melhores na coleta de provas do que são na avaliação de quadros.
Ou pelo menos que controlem a ânsia de aparecerem na mídia como os que salvaram o país da roubalheira tirando da parede dos supostos corruptos quadros que, como eles próprios, são patéticos arremedos do que dizem ser.
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