Ministros do STF: proteção a Valério deve ser considerada

Para o ministro Gilmar Mendes, não é possível ignorar a situação "delicada" envolvendo a proteção da vida dos personagens envolvidos no esquema do mensalão

Ministros do STF: proteção a Valério deve ser considerada
Ministros do STF: proteção a Valério deve ser considerada


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Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) disseram hoje (11) que, independentemente da veracidade das novas declarações de Marcos Valério, é preciso considerar a hipótese de proteção do empresário. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Valério forneceu novas informações sobre o esquema do mensalão em troca de redução da pena na Ação Penal 470, além de proteção à sua vida. Apontado como o operador do esquema, o publicitário foi condenado a mais de 40 anos de prisão.

Para o ministro Gilmar Mendes, não é possível ignorar a situação "delicada" envolvendo a proteção da vida dos personagens envolvidos no fato. Ele também criticou desqualificações prévias das informações do empresário. "De fato temos nesse processo alguém que fez declarações que foram largamente comprovadas, que foi o Roberto Jefferson, e ninguém ficou perguntando os motivos, se foram nobres ou ignóbeis. Então, a questão é de verificação para um juízo mais seguro".

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Mendes acredita que, caso verídicas, as revelações de Valério implicando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não devem modificar o julgamento da ação penal, que já está na fase final. Ele pondera, no entanto, que as informações podem influenciar o julgamento de outros processos derivados do mensalão em outras instâncias. "Sabemos que o que está aqui [no STF] é um percentual muito pouco significativo do que se fez".

Segundo o jornal paulista, Valério disse em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), em setembro, que o ex-presidente Lula sabia do esquema do mensalão e que se beneficiou dele. Ainda conforme a reportagem, o publicitário disse que Lula autorizou empréstimos dos bancos Rural e BMG para o PT com o objetivo de viabilizar o pagamento de propina a parlamentares da base aliada.

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Para o ministro Ricardo Lewandowski, revisor do mensalão, o benefício de proteção à testemunha é possível em qualquer etapa do processo. "Isso sempre é possível, depende da polícia e do Ministério Público. A proteção da testemunha quem deve operacionalizar isso é o Poder Executivo, que tem o poder de polícia necessário para isso".

Embora também rejeite a possibilidade de alteração no rumo da Ação Penal 470, o ministro Marco Aurélio Mello defendeu a concessão de proteção a Marcos Valério, caso ele realmente tenha solicitado. "A proteção tem que ser dada pelo Estado a qualquer pessoa que se sinta ameaçada".

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O ministro disse que não conhece o teor do depoimento de Valério, mas que, caso procedentes, as afirmações são graves e não podem ser descartadas sem apuração mais aprofundada. "Você não pode ter ideia pré-concebida, nem para excomungar a fala, nem para potencializá-la a ponto de proclamar que é a verdade".

Segundo o jornal paulista, Valério contou ter sido ameaçado de morte pelo atual presidente do Instituto Lula e amigo do ex-presidente Lula, Paulo Okamotto. A reportagem informa que Okamotto queria impedir o publicitário de revelar mais detalhes sobre o esquema do mensalão às autoridades competentes.

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Em áudio divulgado no site do Instituto Lula, Paulo Okamotto, negou que tenha feito qualquer ameaça a Marcos Valério. "Eu ameacei ele de morte? Por que eu vou ameaçar ele de morte? Está nos autos que eu ameacei ele de morte? Duvido! Duvido que ele tenha falado isso!", disse à imprensa em Paris, onde participa de fórum promovido pelo instituto.

 

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