Ministro faz discurso linha dura e derruba ações educacionais
Estácio e Kroton lideravam as perdas do Ibovespa na tarde desta quinta-feira; para o ministro da Educação, Cid Gomes, a medida que adota ajustes no Fies e tem sido um pesadelo para as empresas do setor desde o ano passado não é um "passo para trás", é uma medida pensando para frente e em qualidade; "Se estão [o setor] com medo, vão ficar com mais medo ainda", ameaçou
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Por Paula Barra
SÃO PAULO - O ministro da Educação, Cid Gomes, mostrou, mais uma vez, que vai preferir adotar linha dura com o setor do que de deixar a qualidade escapar por mais acesso às faculdades. O tom forte, ressaltado em uma reportagem do Valor, não fez muitos amigos na Bolsa. Hoje, as ações das educacionais desabam mais uma vez com o setor com medo de perder alunos do Fies (programa de financiamento estudantil), chegando a bater na mínima do dia 20%.
"Se estão [o setor] com medo, vão ficar com mais medo ainda", ameaçou. Não foi para menos. Às 14h53 (horário de Brasília), as ações da Estácio e Kroton lideravam as perdas do Ibovespa com quedas de 15,15% e 9,60%, a R$ 16,46 e R$ 12,33, respectivamente. Fora do índice, os papéis da Ser Educacional (SEER3) e Anima (ANIM3) caíam 16,42% e 12,91%, a R$ 15,17 e R$ 21,51. Na mínima do dia, as ações da Estácio - que mais recuaram hoje - atingiram perdas de 19,07%, a R$ 15,70.
Para o ministro, a medida que adota ajustes no Fies e tem sido um pesadelo para as empresas do setor desde o ano passado não é um "passo para trás", é uma medida pensando para frente e em qualidade. Ele defendeu ainda a elevação da nota de corte para o acesso aos recursos do Fies. "Só vou aceitar financiar matrícula nos cursos bons, que tenham conceito excelente". Conforme apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, os presidentes das maiores companhias do setor não foram recebidos pelo Ministro da Educação ontem, mas falaram com técnicos do ministério.
Em meio às falas do ministro, os representantes das grandes companhias tentam contornar a situação. Enquanto um grupo de grandes companhias de ensino superior ainda negocia com o MEC sobre as novas regras do Fies, outra entidade que representa empresas de ensino privado entrou com um processo na Justiça contra mudanças no Fies. A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) protocolou um mandado de segurança coletivo contra o Ministério.
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