Metalúrgicos contra a desindustrialização

Pela primeira vez, ABC e So Paulo se unem para protestos conjuntos; preocupao de empresrios e economistas com excesso de importaes chega aos trabalhadores, que fecharam estrada hoje como forma de alertar governo; Justia prev multa de R$ 1 milho



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Os metalúrgicos da região metropolitana de São Paulo realizaram hoje pela manhã um protesto no km 12 da Rodovia Anchieta, no ABC. Os trabalhadores protestam contra a importação de veículos no Brasil e tentam chamar a atenção do governo federal para o que consideram um risco de desindustrialização e de perda de postos de trabalho.

Os manifestantes pretendem entregar ao governo federal um documento que reivindica investimentos em tecnologia e inovação, medidas para inibir as importações, redução de juros, investimento em qualificação profissional e outras ações que fortaleçam a produção nacional e os empregos.

Os dois sindicatos querem pressionar o governo federal a analisar documento, aprovado em maio pelas centrais sindicais e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que propõe medidas para proteger a indústria nacional e os empregos contra o avanço das importações.

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A intenção dos metalúrgicos é, após reunir os profissionais de várias empresas da região do ABC, realizar um protesto na altura do quilômetro 12,5 da Anchieta, no limite entre a capital paulista e São Bernardo do Campo.

A concessionária Ecovias, que administra o complexo Anchieta-Imigrantes, informou que está ciente da intenção dos metalúrgicos de bloquear a rodovia, mas não foi informada sobre o horário exato do protesto nem sobre o sentido da Anchieta que será utilizado pelos metalúrgicos.

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Caso ocorra o protesto, a concessionária solicitará apoio da Polícia Rodoviária Estadual e fará a sinalização necessária para que haja o menor transtorno possível aos motoristas.

Em nota, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, alertou que "ninguém pode se deixar levar pela sensação de bem-estar e otimismo trazida pelo bom momento econômico que o País atravessa. Ao contrário, devemos ocupar as ruas e chamar a atenção para as armadilhas que enfrentamos. A principal delas é a importação de um milhão de veículos este ano. As 700 mil unidades trazidas em 2010 impediram a abertura de 103 mil postos de trabalho. Como os novos números são 38% maiores, a quantidade de vagas que deixará de ser criada também será maior", afirmou.

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O sindicato afirma também que "as importações já começaram a causar demissões em autopeças da base porque carros importados trazem boa parte destes componentes do exterior. "É preciso pensar qual modelo de indústria o País deseja. Para isso realizamos um seminário e apresentamos ao governo federal um projeto para recriar uma Câmara Setorial com trabalhadores, governo e empresários para discutir a situação", completou Nobre.

Trânsito

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A concessionária Ecovias, responsável pela Rodovia Anchieta, informou que às 8 horas a faixa da direita, no sentido litoral, estava interditada devido ao protesto. O ato causava lentidão entre o km 10 e o km 12.

Além disso, a Anchieta tem morosidade na chegada a São Paulo, entre o km 13 e o km 10, devido ao excesso de veículos. O motorista deve redobrar a atenção na via por causa da neblina que encobre o trecho de serra. O Sistema Anchieta Imigrantes opera em esquema 5x5, com as pistas sul da Anchieta e da Rodovia dos Imigrantes no sentido litoral e as pistas norte no sentido São Paulo.

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Decisão da 3ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) proíbe os sindicatos dos metalúrgicos de São Paulo e do Grande ABC de utilizar no protesto as faixas de rolamento da Anchieta, assim como os acessos, acostamentos, pontes e viadutos e quaisquer edificações, inclusive praças de pedágio, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão.

 

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