Meta lança concorrente do Pix para pagamentos via WhatsApp

Serviço, que ficou anos no aguardo de aval regulatório, focará em pequenos comerciantes e terá implementação gradual,

(Foto: REUTERS/Dado Ruvic)


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(Reuters) - O WhatsApp, da Meta, permitirá a partir desta terça-feira que os usuários no Brasil comprem produtos e serviços pelo aplicativo de mensagens. Os pagamentos serão feitos diretamente no chat após o cadastro de dados bancários, disse a empresa.

O serviço, que ficou anos no aguardo de aval regulatório, focará em pequenos comerciantes e terá implementação gradual, de acordo com o WhatsApp, que afirma que 99% dos smartphones no Brasil possuem o aplicativo instalado.

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A funcionalidade do WhatsApp para downloads de recursos entre indivíduos e, depois, pagamentos foi anunciado pela Meta em meados de 2020, quando o grupo controlador ainda chamava Facebook. Porém, a ferramenta foi rapidamente bloqueada pelo Banco Central (BC) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Os temores das autarquias incluíam restrições no sistema de pagamentos do país em termos de concorrência, eficiência e privacidade de dados, bem como a necessidade de certas licenças regulatórias. O Cade, dias depois, retirou-se da suspensão, enquanto o BC liberou a transferência entre os indivíduos somente no primeiro semestre de 2021 e a prestação de pagamentos apenas em março deste ano.

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Nesse meio tempo, o Pix, serviço de pagamentos instantâneos do próprio BC, foi lançado e se consolidou no Brasil, também oferecendo download gratuito de recursos entre indivíduos e ferramenta de pagamentos.

Guilherme Horn, chefe do WhatsApp na América Latina, disse à Reuters que, para ele, o "pagamento pelo WhatsApp é complementar ao Pix", e o aplicativo pretende incluir a modalidade de pagamento do BC futuramente no seu sistema. De início, o WhatsApp aceitará cartão de débito, crédito e pré-pago.

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Para comprar pelo WhatsApp, será necessário o cadastro de dados bancários na aba "pagamentos" do aplicativo, com o portfólio inicial envolvendo cerca de 15 bancos. Depois, o pagamento em si pode ser realizado no próprio chat com a empresa.

Sobre a segurança da modalidade, Horn disse que as bandeiras Visa e Mastercard, parceiras do WhatsApp no ​​negócio, vão realizar a tokenização dos cartões, ou seja, uma representação digital que será mantida. Caso tenha causado alguma mudança no celular, como troca de números ou chip, o processo tem que ser refeito.

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A tokenização substitui as informações aceitas "sem expor nenhuma informação sensível da conta, alegremente o risco de fraudes", disse a empresa, acrescentando que "nem mesmo o vendedor terá acesso às informações de pagamento tokenizadas".

Além disso, o usuário também terá uma senha para o uso da modalidade de pagamentos do WhatsApp. Essa senha poderá ser substituída por impressão digital ou reconhecimento facial.

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INÍCIO GRADUAL

No começo, a venda estará disponível apenas para alguns empreendimentos que usam o WhatsApp Business, uma versão do aplicativo voltado para negócios. O serviço de mensagem ainda tem o WhatsApp Business API, uma versão mais robusta e paga direcionada a empresas maiores, mas que espera de fora da operação de pagamentos, por ora.

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O foco em pequenos empresários é uma estratégia do WhatsApp para o lançamento do produto, já que o BC não colocou limites neste sentido. Horn não disse quantos comerciantes poderão vender os produtos na plataforma de início e nem o número total de participantes do WhatsApp Business no Brasil. A ideia é abranger todos os clientes deste segmento em "alguns meses", de acordo com a companhia.

Na Índia, único outro país em que o WhatsApp tem operação de pagamentos fora de pilotos, o foco do aplicativo está em empresas que usam o WhatsApp Business API.

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Os comerciantes ainda deverão estar cadastrados junto à Cielo, ao Mercado Pago, do Mercado Livre, ou à Rede, do Itaú Unibanco. Outros adquirentes estão em fase de testes também e estarão disponíveis no serviço em breve, segundo o WhatsApp.

O chefe do aplicativo de mensagens na América Latina afirmou que não haveria limitação ao valor dos pagamentos dos usuários em determinado período de tempo, processo que será regulado pelos bancos e adquirentes conforme transações de cartões comuns. O usuário também não conseguirá impor limites às suas próprias compras.

O WhatsApp cobra uma taxa das adquirentes, que, por sua vez, repassam parte aos clientes. As partes não divulgaram o percentual, mas Estanislau Bassols, da Cielo, disse que o serviço é "competitivo". Sobre a modalidade, ele disse que poucas soluções funcionam tão "indistintamente" em temos de público, alcançando empresas de diferentes tamanhos e segmentos.

IMPULSIONADOR DE RECEITA

A entrada no Brasil dos pagamentos via WhatsApp ocorre após a empresa lançar em 2022 uma função para procurar dos contatos dos negócios pelo aplicativo. "Vimos cada vez as jornadas (de compra) irem para dentro do WhatsApp", afirmou Horn.

Para ele, o principal ganho financeiro do WhatsApp com a ferramenta de pagamentos será pela potencialização das receitas de outros negócios. Por exemplo, anunciantes no Facebook e Instagram conseguem atualmente levar o consumidor por meio de links até o WhatsApp, mas, agora, essa interação pode terminar em uma compra.

Questionado se há a intenção de expandir os serviços financeiros do WhatsApp para outros países, em especial da América Latina, Horn confirmou que faz parte dos planos, mas não detalhou quando. O executivo registrou que "essa é uma funcionalidade de regulamentação local, não é uma funcionalidade que você expande para outros países", lembrando da necessidade das aprovações regulatórias em cada país.

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