Membros do governo temem saída de Levy

A decisão de não participar do anúncio do corte nas despesas do governo na última sexta (22) despertou em integrantes do governo o receio de que o ministro Joaquim Levy deixe a Fazenda; corre a versão de ele quis marcar posição sobre suas divergências em relação ao tom do ajuste e do cenário fiscal; no Planalto, uma possível saída do chefe da equipe econômica, é vista como desastrosa, mas ele desejava que os cortes no orçamento fossem mais duros e estaria desanimado com as mudanças que o Congresso tem feito nos textos do ajuste; mas na sexta, ao deixar o ministério, Levy teria dito que volta "novo" na segunda

Membros do governo temem saída de Levy
Membros do governo temem saída de Levy (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)


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247 - A decisão de não participar do anúncio do corte nas despesas do governo nesta sexta-feira (22) despertou em integrantes do governo o receio de que o ministro Joaquim Levy deixe a Fazenda. Na versão oficial, uma gripe tirou Levy do evento mais importante desde que tomou posse na Esplanada. Na extra-oficial, ele quis marcar posição sobre suas divergências em relação ao tom do ajuste e do cenário fiscal, que ele reputa como bem mais "sombrio" do que aquele que foi apresentado pelo governo Dilma.

Sua ausência evidenciou a insatisfação do ministro e alimentou rumores de uma eventual despedida. Tanto que, na sexta, ao deixar o ministério, fez questão de dar uma mensagem aos jornalistas: "volto novo na segunda". Foi um recado desenhado especialmente para desmobilizar insinuações de demissão. A informação é da jornalista Natuza Nery, da Folha (aqui).

No Planalto, uma possível saída do chefe da equipe econômica, sobretudo no atual cenário de dificuldade financeira e política, é vista como desastrosa. Mas ministros de Dilma reconhecem que as perspectivas não são boas.

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Em relação ao corte no Orçamento, o ministro da Fazenda defendia que os parâmetros do contingenciamento fossem mais duros. Ele também se decepcionou com as emendas que o Congresso tem feito nas medidas de ajuste fiscal, sobretudo nas regras do fator previdenciário. Na semana passada, Levy passou por outra frustração. Pediu que a medida provisória que aumentou de 15% para 20% a taxação dos bancos via CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) fosse editada um pouco mais para frente. Queria ter mais tempo para dialogar com o setor financeiro e evitar uma taxação surpresa, mas a presidente Dilma foi contra e já publicou a MP na sexta-feira (22).

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