Megaoperação prende 59 PMs ligados ao tráfico

Investigações para prisões feitas na manhã desta terça começaram há um ano, na favela Vai Quem Quer, em Duque de Caxias, no Rio; policiais militares encobriam venda de drogas e, ao mesmo tempo, arrochavam traficantes; "não vamos mais aceitar policial corrupto", diz comandante Erir Ribeiro, da PM; 83 mandados de prisão seguem sendo cumpridos

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247 – Ampla ação coordenada entre as cúpulas e agentes da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Secretaria de Estado de Segurança, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual, da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar e da Polícia Federal realizou, na manhã desta terça-feira 4, nada menos que 59 prisões entre policiais militares e a detenção de 11 pessoas acusadas de tráfico de drogas. A força-tarefa policial cumpre no Rio e Na Baixada Fluminense 83 mandados de prisão, sendo 65 contra PMs, de nove batalhões, e 18 contra traficantes. Todos foram denunciados pelo Ministério Público pelos crimes de formação de quadrilha armada, tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa, corrupção passiva e extorsão mediante sequestro.

As  investigações começaram há um ano, na Favela Vai Quem Quer, em Duque de Caxias. Descobriu-se, ali, o recebimento de propina de traficantes por PMs lotados no 15º Batalhão, de Caxias. O grupo de policiais corruptos agia nas comunidades Beira-Mar; Santuário; Santa Clara; Centenário; Parada Angélica; Jardim Gramacho; Jardim Primavera; Corte Oito; Vila Real; Vila Operário; Parque das Missões e Complexo da Mangueirinha.

Durante as investigações, os agentes descobriram que os PMs sequestravam bandidos e seus parentes, apreendiam veículos do tráfico, negociavam armas e realizavam operações oficiais quando o pagamento da propina atrasava. O Ministério Público afirmou que quem dá ordens e define o valor a ser pago ao policiais é um dos chefes da facção criminosa em Caxias. Carlos Braz Vitor da Silva, o "Paizão" ou "Fiote, preso na Penitenciária Vicente Piragibe, no Complexo de Bangu.

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O MP constatou que os policiais militares conheciam bem os bandidos. Foragido da Justiça, um criminoso que atuava no abastecimento das bocas de fumo da comunidade Vai Quem Quer era alvo constante de extorsões dos PMs, que exigiam pagamento de valores em dinheiro para a manutenção da sua liberdade. Foi descoberto ainda que, na tentativa de ocultar os seus nomes, os policiais militares criaram apelidos coletivos para as equipes. Para facilitar a comunicação traficantes e PMs também montaram um "dicionário próprio": para definir o acordo de não interferência nas atividades ilícitas, era usada a palavra "sintonia"; "barcas" para falar das Patamos; "guerra", como referência à repressão ao tráfico de drogas; "pequenos" para falar das viaturas da marca Logan, entre outros.

Os policiais militares também demonstravam ousadia na hora de negociar armas. Segundo investigações, em junho deste ano, um PM escondeu dentro de uma geladeira de um barraco uma carabina calibre 12, para ser pega por um traficante. Além disso, deixou R$ 300 dentro do congelador como parte de um pagamento. Os policiais também usavam as dependências de Destacamento de Policiamento Ostensivo para cometer crimes.

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— Nós não vamos mais aceitar policial corrupto na nossa corporação — afirmou o comandante geral da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro Costa Filho.

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