Marchas em São Paulo juntam mais de 60 mil

"O povo mudo não muda", diz um cartaz; "A revolução se dá aqui", mostra outro; "Vem pra rua vem, vem pra rua contra o governo", cantam jovens; e até o conhecido "o povo não é bobo, fora a Rede Globo" era entoado; entre aplausos por uma "manifestação sem violência", acredita-se que pelos menos 60 mil jovens estejam agora (20h15) em grandes avenidas de São Paulo, como a Faria Lima e a Marginal; "Destravou", disse ao 247 o deputado Ivan Valente, do PSOL; "Parece que isso está crescendo", divertia-se, de outro ponto de observação, o tucano Rubens Barbosa

Marchas em São Paulo juntam mais de 60 mil
Marchas em São Paulo juntam mais de 60 mil (Foto: Alice Vergueiro/Futura Press/Fol)


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247 – Pelo menos 60 mil jovens, segundo observadores informais, estavam ocupando três das principais avenidas de São Paulo na segunda-feira 17, às 19h56. Nas avenidas Marginal, Rebouças e Paulista, para onde a marcha convergia, não haviam sido registrados incidentes até aquela altura da noite. Os manifestantes se divertiam na Faria Lima, ocupando todas as faixas de trânsito, nas duas pistas da avenida, sem incômodo da Polícia Militar.

"O povo saiu às ruas e tomou gosto", disse ao 247 o deputado federal Ivan Valente, do PSOL. "Destravou". Perto dali, antes, a reportagem ouvira um tucano de quatro costados, o ex-embaixador do Brasil em Washington Rubens Barbosa. "Parece que saiu maior do que a encomenda", divertia-se ele, diante da longa extensão da marcha. O deputado estadual Carlos Giavazi, também do PSOL, resumia: "É a maior manifestação da era da internet".

Àquela altura, a violência já assombrava as marchas no Rio de Janeiro e em Brasília. Em São Paulo, entanto, até mesmo a 'ocupação' de uma padaria na Faria Lima se dava com tranquilidade, com mesas lotadas por jovens com fichas e fazendo fila para pagar suas contas.

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Na avenida 23 de Maio, sempre por volta das oito da noite, uma dezena de viaturas da tropa de choque estavam posicionadas para o caso de serem chamadas a agir. O receio era pelo que poderia acontecer na Avenida Paulista, onde parte da marcha se destinava. Outra ala, tomara a avenida Interlagos, a revelia do combinado com a Polícia Militar, mas ainda assim não havia ocorrido algum conflito.

O deputado Valente, questionado por 247, não se esquivou em assumir que seu partido pode ser beneficiado politicamente pelo movimento. "O PSOL, sem dúvida, é um partido político que pode ter uma agenda para esse movimento. Eu mesmo tenho muitos votos nesse pessoal", dizia ele, apontando para os que passavam. Nisso, um dos manifestantes se desgarra, se aproxima do parlamentar e aperta sua mão: "Votei em você, parabéns pelo trabalho". Assim como o tucano Barbosa rira instantes antes, agora era Valente que mostrava, feliz, os dentes.

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Os governos, federal, estadual ou municipal de São Paulo, não tinham nada a comemorar. Entre gritos de guerra, grupos pediam para os que assistiam a sua passagem: "vem, vem pra rua contra o governo". Num cartaz, um jovem portava: "O povo mudo não muda". Nos cartazes, ainda, uma série de palavras de ordem e reivindicações eram mostradas, revelando que a questão do aumento de vinte centavos nas passagens de ônibus da capital paulista foi apenas a primeira bandeira levantada. "Acabou o marasmo. O povo retomou a vontade de participar. O clima político, a partir de agora, é outro", refletia Ivan Valente.

O trânsito, no entanto, sofria. Às 19h00, a extensão dos congestionamentos era de 135 quilômetros, índice maior do que o normal naquele horário. Dividida em três, ao contrário do que havia sido combinado com o comando da Polícia Militar, a marcha, na prática, asfixiou as grandes artérios de São Paulo, bloqueando a volta dos motoristas que iam de retorno para as zonas Sul e Leste.  

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