Manuel Domingos Neto critica discurso "impertinente" do novo chefe do Estado-Maior do Exército
General do Exército Fernando José Sant’ana Soares e Silva aludiu à possibilidade de guerra em fala aos novos generais de brigada do Exército Brasileiro
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247 - O discurso do novo Chefe do Estado-Maior do Exército, general do Exército Fernando José Sant’ana Soares e Silva, aos novos generais de brigada do Exército Brasileiro, na semana passada, chamou a atenção por conter indícios de que a cúpula da força acredita que o País sofrerá ameaças militares no futuro próximo.
"No futuro, sem sombra de dúvida, nosso País sofrerá todo tipo de pressão de potências estrangeiras, inclusive militar, com a finalidade de coagir o povo brasileiro a atender interesses outros”, disse o general Soares e Silva em seu discurso.
O general também enfatizou que o Exército não deve estar pronto apenas para entrar em combate, mas para vencer uma possível invasão. “[Devemos] ser uma Força respeitada pelo nosso povo e temida por aqueles que, por ventura, queiram atentar contra a nossa soberania.”, disse Soares e Silva.
O especialista em assuntos militares Manuel Domingos Neto discorda. Falando em entrevista ao jornalista Paulo Moreira Leite, na TV 247, o historiador disse ser impossível cogitar que o País tenha a capacidade de guerrear com a Otan, cujos membros são os maiores fornecedores de armas às Forças Armadas brasileiras. A Otan não foi mencionada diretamente no discurso do novo chefe do Estado-maior.
"Sant’ana não deveria ter falado isso. Bateu de frente com o presidente Lula. É como se ele tivesse no comando da política externa do país", considerou, chamando as declarações do chefe do Estado-Maior do Exército de "impertinentes".
Para que tal assertividade no discurso seja crível, defendeu o acadêmico, seriam necessários mais investimentos na produção nacional de armas e de tecnologia de ponta.
Manuel Domingos Neto também criticou a falta de disposição do governo atual, citando também o Itamaraty, em combater a hegemônia estadunidense na América do Sul, lembrando da declaração do chanceler Mauro Vieira sobre uma possível prisão de Vladimir Putin caso o líder russo visite o Brasil.
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