Manifestantes voltam a enfrentar polícia em São Paulo

Contra reintegrao de posse, grupo jogava pedras nas cerca de 20 tendas erguidas pela prefeitura de So Jos dos Campos no Centro Esportivo da cidade quando guardas civis municipais chegaram para dispersar os manifestantes; Batalho de choque voltou a fechar a entrada do acampamento

Manifestantes voltam a enfrentar polícia em São Paulo
Manifestantes voltam a enfrentar polícia em São Paulo (Foto: Mario Ângelo/Anderson Barbosa/Agência Estado)


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Fernando Porfírio _247 - A praça de guerra em que se transformou a ação de reintegração de posse do terreno de uma das empresas falidas do megainvestidor Naji Nahas, em São José dos Campos, uma das regiões mais ricas do Estado de São Paulo, já provocou a primeira baixa. O comando da operação saiu do controle da Tropa de Choque do interior e passou às mãos da Polícia Militar da Capital.

Na quarta-feira (18), a reportagem da Brasil 247 acompanhou as negociações entre representantes do megainvestidor Naji Nahas, o síndico da massa falida da Selecta S/A e parlamentares. A reunião começou no gabinete do juiz Luiz Bethoven Giffoni, da 18ª Vara Cível Central da Capital. O acordo selado suspendia a reintegração até 1º de fevereiro.

Participaram do acordo o síndico da massa falida da empresa Selecta Waldir Helu e Jorge Uwada, o senador Eduardo Suplicy (PT), o deputado federal Ivan Valente (PSOL) e os deputados estaduais Adriano Diogo (PT) e Carlos Giannazi (PSOL). Os parlamentares entregaram o documento ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ivan Sartori.

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O terreno da Selecta foi ocupado irregularmente em 2004 por uma comunidade ligada ao MTST (Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem-Teto). Pelo menos 1.600 famílias, totalizando mais de 5.500 pessoas, vivem no local. De acordo com as últimas informações, uma pessoa foi gravemente ferida durante confronto entre moradores e a Polícia Militar. A informação foi confirmada pela Prefeitura da cidade e por parlamentares.

Segundo o comando da Polícia Militar, dois mil policiais participam da operação de despejo. Os policiais cercaram o local. A invasão teve início com carros blindados da PM, seguido da Tropa de Choque e de equipes ROTA de São Paulo. O restante do efetivo usado na ação aguarda na área externa à ocupação. Dois helicópteros Águia também estão sendo usados na operação.

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Os moradores começaram a atear fogo nas barricadas que estavam localizadas em pontos estratégicos para impedir o avanço do policiamento. No momento existem três pontos de incêndio dentro do local, mas os bombeiros aguardam do lado de fora. Uma unidade da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo foi queimada.

No início da tarde, moradores invadiram a Via Dutra e bloquearam parte da rodovia. O tráfego está lento. O protesto ocupa a pista sentido Rio de Janeiro da rodovia na altura do km 154. O congestionamento chegou a dois quilômetros. Equipes da Polícia Rodoviária Federal e da concessionária que administra a rodovia acompanham a movimentação e trabalham para liberar a pista.

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Os policiais cortaram as cercas da ocupação e entram em grupos separados. A polícia utiliza bombas de efeito moral, e alguns moradores apresentaram resistência. Segundo o comando militar, 12 pessoas foram detidas para averiguação e nenhuma delas foi presa. Armas apreendidas no local foram pedaços de madeira que estavam com os moradores e também os escudos de plástico.

Quando já havia iniciado a reintegração de posse, uma oficial de Justiça chegou ao local para entregar decisão do juiz federal, de plantão, Samuel de Castro Barbosa Melo, que suspendia o despejo dos moradores da área. A ordem era dirigida ao comandante da Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal.

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Mas, de acordo com a oficial de Justiça, quem recebeu o documento foi o juiz estadual Rodrigo Capez, que acompanha a reintegração de posse no local. O magistrado teria afirmado que havia um “conflito de competências” entre as duas Justiças e que não iria acatar a ordem da Justiça Federal, mantendo a desocupação.

De acordo com a Prefeitura de São José dos Campos, um homem foi baleado em confronto com a Guarda Civil no momento em que tentava invadir um ginásio poliesportivo no Campo dos Alemães. Às 10h50, ele tinha passado por cirurgia e seu quadro era considerado estável. O centro é onde tendas foram montadas para que os moradores sejam encaminhados ao sair das casas.

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Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, duas pessoas foram atendidas em estado de choque na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campo dos Alemães. Elas estavam nervosas, mas não tinham nenhum ferimento e já tinham sido liberadas por volta das 9h30. Outra pessoa também foi atendida na UPA atingida por uma pedra. No entanto, não há confirmação se ela foi ferida no confronto do Pinheirinho.

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