Mangabeira: crise é a maior aliada para transformação do Brasil
Ministro Mangabeira Unger afirmou neste domingo, 30, que Brasil é capaz de produzir grande obra coletiva de transformação passando por cima das divisões partidárias; Mangabeira destaca que o modelo desenvolvimento adotado pelo País "se exauriu" e que maior aliada de quem quer transformação é a crise; "A crise não atrapalha a mudança. Pelo contrário, sem crise, não há mudança. Não há país do mundo mais disponível para uma grande construção transformadora que o Brasil de hoje", afirmou
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247 - Secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, ministro Mangabeira Unger, afirmou neste domingo, 30, que Brasil é capaz de produzir grande obra coletiva de transformação passando por cima das divisões partidárias.
Em entrevista à Folha, Mangabeira destaca que o modelo desenvolvimento adotado pelo País "se exauriu". "Nossa tarefa prioritária agora é construir uma nova estratégia de desenvolvimento com base em educação e produtividade. É um projeto de Estado, não um plano de governo. E um projeto de Estado tem de ser discutido e apoiado por uma ampla gama de forças. O Brasil é capaz de produzir uma grande obra coletiva de transformação por cima das divisões partidárias", afirmou.
Para Mangabeira Unger, a maior aliada de quem quer transformação é a crise. "A crise não atrapalha a mudança. Pelo contrário, sem crise, não há mudança. Esse é o material com o qual estou trabalhando. E o Brasil tem o benefício de ter uma vitalidade assombrosa, anárquica e quase cega. Não há país do mundo mais disponível para uma grande construção transformadora que o Brasil de hoje. O foco deve ser um projeto de produtivismo inclusivo e capacitador, que se desdobre numa grande união de repúblicas sul-americanas, que precisam ter como base a convergência nesse projeto, não apenas acertos comerciais como o Mercosul ou práticas de concertação política como a Unasul", afirmou.
Sobre a situação da China, Mangabeira acredita que a posição comum sul-americana é de querer da China um compartilhamento de capacitações tecnológicas, e não apenas uma relação de venda de commodities. "Devemos construir uma posição comum para tratar com eles. Eles não estão atuando na América do Sul por uma lógica apenas comercial. Eles estão atuando por uma lógica geopolítica de segurança alimentar. Nós precisamos ter uma política convergente das repúblicas sul-americanas, definida no nosso interesse", afirmou.
Leia na íntegra a entrevista de Mangabeira Unger.
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