'Luta política deve se concentrar na redução da desigualdade'
Frei Betto afirma que "temos que concentrar a nossa luta política na redução da desigualdade social ou 'vamos todos para o brejo', com o aumento da fome, migrações e criminalidade, enquanto a diminuta elite festeja na ilha do privilégio e da ganância"; "O aumento da precarização do trabalho e o desmonte dos sindicatos somados aos paraísos fiscais, faz com que a diminuta elite apropriadora da riqueza supere toda a fantasia do personagem Tio Patinhas", ressalta
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Por Redação Rede Brasil Atual
São Paulo – "Temos que concentrar a nossa luta política na redução da desigualdade social ou 'vamos todos para o brejo', com o aumento da fome, migrações e criminalidade, enquanto a diminuta elite festeja na ilha do privilégio e da ganância", afirma Frei Betto ontem (3) em sua coluna na Rádio Brasil Atual, ao falar sobre a desigualdade social no mundo.
O assessor de movimentos sociais citou o livro O Capital no século XXI de Thomas Piketty. "Ele demonstra que a concentração de riqueza mundial em mãos de poucas famílias se deve ao aumento da especulação financeira agravado por um sistema injusto de transmissão de heranças."
"O aumento da precarização do trabalho e o desmonte dos sindicatos somados aos paraísos fiscais, faz com que a diminuta elite apropriadora da riqueza supere toda a fantasia do personagem Tio Patinhas", ressalta.
Frei Betto também utiliza o estudo do francês François Bourguignon, que mostra o aumento nos padrões de vida de países como China e Índia comparados à França e Alemanha. "Segundo François, há 20 anos o padrão de vida em países como França e Alemanha era 20 vezes maior do que na China e na Índia. Hoje, a diferença é de apenas 10 vezes. Podem pensar que reduziu a desigualdade, mas não. O crescimento da China e da Índia segue os mesmo parâmetros da França e da Alemanha: o voraz e piramidal capitalismo. Isso resulta em três bilhões de pessoas sobrevivendo em nosso planeta com menos de US$ 2,50 por dia."
Ele afirma que as privatizações de empresas públicas, que são aclamadas em países da América Latina, fazem surgir novos rentistas e amplia desigualdades. "Entre os anos 1980 e 1990, ocorreu um aumento da desigualdade social nos países que patrocinaram esses programas de ajustes, como a Argentina, México, Equador e Brasil.”
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