Lava Jato: Camargo Corrêa demite metade em sua sede
Presidente interino da construtora, Carlos Roberto Ogeda, justifica a funcionários, em carta, que precisa adequar empresa à nova realidade de receitas; além de demitir metade do prédio administrativo, companhia negocia pagamentos com fornecedores e desiste de projetos considerados não prioritários; carta não menciona, mas crise está diretamente relacionada à Operação Lava Jato, pela qual diretores da empresa foram presos acusados de pagar propina a empregados da Petrobras; investigação já resultou em outras centenas de demissões, como no Comperj, onde cerca de 4.100 pessoas já foram demitidas; trabalhadores protestaram essa semana contra cortes e atrasos de salários; envolvida nas denúncias, obra do Complexo Petroquímico sofreu redução no ritmo e corte de pagamento a fornecedores
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247 – Um dos alvos da Operação Lava Jato, a construtora Camargo Corrêa, que teve diretores presos em novembro do ano passado acusados de pagar propina a funcionários da Petrobras, sente na pele – ou no bolso – os resultados da investigação. A companhia demitiu nessa semana pelo menos metade dos funcionários de seu prédio administrativo como uma das medidas para cortar gastos.
Em carta enviada aos trabalhadores no último dia 10, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o presidente interino, Carlos Roberto Ogeda, justifica aos trabalhadores, sem mencionar a Lava Jato, que precisa adequar a empresa à nova realidade de receitas. Além das demissões, a companhia negocia pagamentos com fornecedores e desiste de uma lista de projetos considerados não prioritários.
Em novembro do ano passado, quando foi deflagrada a sétima fase da Lava Jato, três dirigentes da Camargo Corrêa – o presidente Dalton dos Santos Avancini; o presidente do Conselho de Administração, João Ricardo Auler; e o vice-presidente da empresa Eduardo Hermelino Leite – se entregaram à Polícia Federal em São Paulo. Eles são acusados de pagar propina a funcionários da Petrobras.
A investigação resultou em centenas de outras demissões, como no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), onde 500 funcionários da empresa Alumini, antiga Alusa, foram cortados desde novembro, sem receber todos os direitos. Nessa semana, eles fecharam a ponte Rio-Niterói em protesto contra as demissões e contra o atraso de pagamentos a outros 2.500 empregados.
Também por conta da Operação Lava Jato, a Alumini passa por dificuldades financeiras. A obra do Comperj, alvo de denúncias de favorecimento de empreiteiras e superfaturamento de contratos, diminuiu o ritmo e sofreu cortes de pagamentos a fornecedores e prestadores de serviços.
Enquanto ocorria a manifestação no Rio, segundo o sindicato da categoria, outros 600 foram demitidos, desta vez do consórcio Tubovias, que tem a Andrade Gutierrez e a GDK como integrantes. De acordo com a entidade, desde a semana passada, cerca de 4.100 pessoas foram demitidas do Comperj.
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