Kiss cobrou comandas durante fogo; dono, Spohr depõe

Superlotada, sem alvará, plano contra incêndio e alarme, boate tinha apenas uma saída de emergência; garota que conseguiu escapar disse ao SBT que segurança impediu saída dela quando o fogo já estava alto, dando ordem de ida à fila para pagamento de comanda; Elisandro Spohr (à esq.), dono da Kiss, se apresentou à polícia na tarde do domingo; alegou, apenas, que renovação de licença estava em curso

Kiss cobrou comandas durante fogo; dono, Spohr depõe
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247 – O empresário Elisandro Spohr, dono da boate Kiss, em Santa Maria, onde um incêndio causou a morte de ao menos 233 pessoas, depôs à polícia civil gaúcha na tarde do domingo 27. O alvará para funcionamento estava vencido. Ele alegou, apenas, que a licença estava em processo de renovação. Nenhum alarme tocou antes, durante ou após o fogo, segundo sobreviventes. Uma garota que conseguiu escapar disse à reportagem do SBT que, com o incêndio iniciado, um segurança impediu a saída dela do recinto e mandou-a para a fila pagar a comanda de consumação. O funcionário da Kiss ainda afirmou, com as chamas já próximas, segundo disse a sobrevivente, que o incêndio estava sob controle. Dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que iniciou o show pirotécnico no palco, com o lançamento de um sinalizador que provocou as primeiras chamas, um não conseguiu escapar e está entre os mortos. O fato sugere que os músicos encontraram melhores condições para fugir do que grande parte do público composto, em sua grande maioria, por jovens com, em média, 20 anos de idade. A boate, com apenas uma saída de emergência, incompatível com o público que recebia, de cerca de mil pessoas, também não possuía um plano de prevenção a incêndios.

Segundo a polícia, o dono da Kiss, conhecido como Kiko Spohr, pode ser indiciado por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), assim como seu sócio Mauro Hoffmann, que até a noite do domingo não havia se apresentado para depor.

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, determinou que o inquérito policial, apurando responsabilidades pela tragédia, seja concluído até quarta-feira.

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A acusação de homicídio culposo sobre os proprietários Spohr e Hoffmann será suficiente para que se faça Justiça à dimensão do caso, de 248 jovens mortos? Ou ambos os sócios da Kiss, antes mesmo de outros responsáveis, devem responder frontal e imediatamente por homicídio doloso, aquele com intenção de matar, dadas as consequências de suas irresponsabilidades com cuidados e atenções às pessoas que pagaram ingresso e deveriam receber, pelo dinheiro que faz a fortuna da dupla, uma contrapartida de investimentos em segurança?

Político que gosta de falar grosso, o governador Genro irá atuar para que a polícia de seu Estado aja com a severidade necessária que a tragédia exige ou permitirá que ritos rotineiros sejam seguidos, limitando-se a pedir pressa na conclusão do inquérito?

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