Justiça nega liberdade a cabo preso no Rio

O cabo do Corpo de Bombeiros Benevenuto Daciolo acusado de crime militar por ter sido flagrado em grampos telefnicos incitando greve policial no Rio de Janeiro

Justiça nega liberdade a cabo preso no Rio
Justiça nega liberdade a cabo preso no Rio (Foto: Guto Maia/Agência Estado)


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Fernando Porfírio _247 - A Justiça do Rio de Janeiro negou nesta quinta-feira (9), pedido de habeas corpus a favor do cabo Benevenuto Daciolo. Ele é acusado de crime militar por ter sido flagrado em grampos telefônicos incitando greve policial no Rio. O juiz Paulo Cesar Vieira de Carvalho Filho também não aceitou o pedido de transferência para uma unidade prisional militar.

Benevenuto está preso desde quarta-feira (8), no presídio de Bangu 1, na zona Oeste do Rio. O cabo do Corpo de Bombeiro foi preso após escutas telefônicas, autorizadas pela Justiça, o mostrarem conversando com outras pessoas sobre estratégias para a realização de atos grevistas no Estado do Rio.

No pedido formulado pela Defensoria Pública, a prisão administrativa de Daciolo seria ilegal, por não ter sido instaurado inquérito policial militar ou boletim com abertura de prazo para a defesa.

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No entanto, para o magistrado, a prisão não é ilegal, pois se trata de detenção de natureza cautelar e vinculada a inquérito policial militar, que está antecedendo o processo administrativo militar, no qual será assegurado o direito a defesa e ao contraditório.

“Tem-se aqui como evidente que se está diante de prisão administrativa com evidente natureza cautelar, vinculada a IPM e que antecede o processo administrativo militar, dentro do qual e aí sim, deverá ser assegurada a plenitude de defesa e o contraditório”, afirmou o magistrado.

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“Deste modo, não se vislumbra aqui ilegalidade por ausência, até então, de plenitude de defesa e contraditório. No mais, os motivos invocados (às razões invocadas pela autoridade para exercer a discricionariedade) restam comprovados, assim como evidencia-se a competência do Corregedor Interno do Corpo de Bombeiros para prática do ato ora alvejado”, completou o juiz.

Em relação à transferência, o juiz entendeu que o pedido não merece ser acolhido, pois inexiste qualquer indício de risco ao cabo.

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De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros e secretário de Defesa Civil do Rio, coronel Sérgio Simões, a prisão do cabo foi tomada por medida de segurança, para evitar uma possível invasão da Quartel General da corporação, para onde o cabo havia inicialmente sido levado.

“Por um cuidado com a manutenção da ordem pública nós entendemos a conveniência de não mantê-lo no Quartel de Bombeiros, e ele foi transferido para Bangu 1. Ano passado tivemos uma experiência ruim com a invasão do Quartel do Comando Geral e essa possibilidade foi considerada e por isso, em um momento crítico nós entendemos que essa seria a melhor solução”, afirmou o coronel.

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Segundo a Defesa Civil do estado, ele ficará preso administrativamente por 72 horas até que a Justiça decrete a sua prisão preventiva. Daciolo foi uma das lideranças do movimento grevista dos bombeiros do Rio, ocorrido no ano passado.

Segundo Sérgio Simões, o cabo infringiu o código penal militar pelo crime de incitamento. “Agora estamos juntando todas essas provas. O cabo Daciolo já responde e já foi indiciado a um inquérito policial-militar. Estamos dando mais consistência à toda materialidade que já temos sobre as ações que ele já vem desenvolvendo ao longo desses últimos meses para que, então, o poder judiciário determine sua prisão”.

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O comandante afirmou que o Corpo de Bombeiros não vai aderir à greve planejada pelas polícias Civil e Militar, agentes penitenciários e bombeiros. “Eu tenho absoluta convicção de que o Corpo de Bombeiros não vai aderir à greve. É uma palavra que eu levo para a população do estado que nós vamos garantir, como sempre garantimos, a presteza dos nossos atendimentos”.

O cabo Daciolo estava em Salvador (Ba) reunido com lideranças do movimento grevista da Polícia Militar da Bahia. De acordo com a esposa do cabo, Cristiane Daciolo, ele foi preso ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, por volta das 22 horas.

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Cristiane conta que homens da Corregedoria do Corpo de Bombeiros entraram no avião, onde estava Daciolo, e deram voz de prisão. Ele foi levado em uma viatura da corporação ao Quartel Central, no Centro do Rio. Por volta da meia-noite, o cabo foi transferido para o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também no Centro, e após transferido para Bangu 1.

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