Justiça bloqueia bens de envolvidos na Máfia da Merenda

O prefeito de Marlia (SP), Mrio Bulgareli (PDT), e o ex-prefeito e deputado federal Abelardo Camarinha (PSB) so acusados de receber propinas da empresa SP Alimentao e Servios

Justiça bloqueia bens de envolvidos na Máfia da Merenda
Justiça bloqueia bens de envolvidos na Máfia da Merenda (Foto: Divulgação)


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Fernando Porfírio _247 - A Justiça suspendeu o contrato firmado entre a Prefeitura de Marília e a empresa SP Alimentação para fornecimento da merenda escolar no município. A decisão, proferida nesta segunda-feira (19) pela juíza Daniele Mendes de Melo, da 3ª Vara Cível de Marília, também decretou a indisponibilidade de bens do prefeito, Mário Bulgarelli (PDT), e do ex-prefeito Abelardo Guimarães Camarinha (PSB). O afastamento do prefeito Mario Bulgareli não foi aceito pela juíza.

A magistrada determinou ainda o bloqueio de bens dos secretários municipais Nelson Virigili Grancieri (Fazenda) e Carlos Umberto Garrossino (Administração) e da assessora parlamentar Marildes Lavigni da Silva Miosi, da empresa SP Alimentação e Serviços, de Eloizo Gomes Afonso Durães, de Antonio Santos Sarahan, de Olésio Magno de Carvalho e de Silvio Marques.

A indisponibilidade de bens foi decretada até o limite de R$ 24,5 milhões. O objetivo do bloqueio é de assegurar eventual ressarcimento aos cofres públicos dos prejuízos causados pelo grupo. Os envolvidos são acusados de fraude na contratação do serviço de fornecimento de alimentos e de merenda escolar para o município.

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Com a liminar, a Prefeitura fica impedida de efetuar qualquer pagamento à SP Alimentação, até o julgamento final da ação, sob pena de multa de R$ 800 mil.

A decisão é resultado da ação por ato de improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público. As investigações foram realizadas diversas cidades do Estado e em outras unidades da federação.

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O MP apurou ilegalidades na licitação, contratação de empresas e execução de contratos referentes ao fornecimento de alimentos ou de merenda escolar, no esquema que ficou conhecido como “Máfia da Merenda”.

A investigação foi conduzida pelos promotores de Justiça da Promotoria do Patrimônio Público e Social da Capital e de Marília, e do Grupo de Atuação Especial de Repressão a Delitos Econômicos (GEDEC), com a participação de órgãos técnicos do MP.

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De acordo com a ação, agentes públicos e empresários do setor de alimentação formavam cartéis, fraudavam licitações, praticavam corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e outros ilícitos, num esquema de criminalidade organizada.

Em Marília, a Promotoria instaurou inquérito civil, em 2003, para esclarecer possíveis atos de improbidade administrativa por parte do então prefeito José Abelardo Camarinha, e depois do seu sucessor no cargo, Mário Bulgareli. Também foram investigados os secretários municipais Nelson Virigili Grancieri (Fazenda) e Carlos Umberto Garrossino (Administração) e a assessora parlamentar Marildes Lavigni da Silva Miosi.

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De acordo com a ação, proposta pelos promotores de Justiça Isauro Pigozzi Filho, de Marília, Silvio Antonio Marques e Arthur Pinto de Lemos Júnior, da Capital, esses agentes públicos receberam dinheiro para manter contratos ou liberar pagamentos de merenda escolar para a empresa SP Alimentação e Serviços, dirigida por Eloizo Gomes Afonso Durães e que tem como sócios Antonio Santos Sarahan, Olésio Magno de Carvalho e Silvio Marques.

Desde 2003, quando José Abelardo Guimarães Camarinha era prefeito de Marília, a SP Alimentação tem contrato para fornecimento da merenda escolar nas escolas do município. Na maioria das vezes, a prorrogação do contrato em Marília se deu sem o devido procedimento licitatório.

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Em 2010, Genivaldo Marques dos Santos, que era sócio da empresa Verdurama, uma das empresas do grupo SP Alimentação, também do ramo de fornecimento de merendas escolares, prestou declarações ao Ministério Público e relatou inúmeras ilegalidades e crimes praticados em vários municípios, incluindo atos de improbidade administrativas de agentes públicos de Marília.

Genivaldo revelou que os representantes da SP Alimentação procuravam os candidatos à Prefeitura e ofereciam ajuda financeira em suas campanhas. Posteriormente, ofereciam propinas para que a empresa fosse contratada. Especificamente sobre a cidade de Marília, ele revelou: “a propina era de 10%, sendo 5% para o ex-prefeito Camarinha e 5% para o prefeito eleito em 2004, Mario Bulgareli”.

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Vários documentos foram apreendidos na residência de Silvio Marques, sócio da empresa Gourmaitre e diretor do grupo SP Alimentação, mostrando a contabilidade de pagamento de propinas ao prefeito Mario Bulgareli e ao ex-prefeito José Abelardo Camarinha.

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