JBS faz lobby em Brasília para manter negócios da Delta

Joesley Batista ignora oposição de Dilma e se encontra nos bastidores com Michel Temer, ministros e governadores

JBS faz lobby em Brasília para manter negócios da Delta
JBS faz lobby em Brasília para manter negócios da Delta (Foto: Sergio Carvalho/Folhapress)


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247 – O empresário Joesley Batista, do grupo JBS-Friboi, deixou claro em Brasília que não vai se contentar com um ‘não’ da presidente Dilma Rousseff na operação de aquisição da empreiteira Delta. Ele partiu para o corpo-a-corpo no Planalto para evitar que a ex-construtora de Fernando Cavendish, suspeita de envolvimento no esquema de Cachoeira, seja declara inidônea, e assim perca todos os contratos milionários com o governo. Nos últimos dias, ele se reuniu com ministros, integrantes da CPI e com o vice-presidente, Michel Temer.

Leia na reportagem da Folha:

O empresário Joesley Batista, do grupo JBS-Friboi, está fazendo um périplo por Brasília em busca de apoio à aquisição da empreiteira Delta, alvo do escândalo investigado pela CPI do Cachoeira.

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O objetivo de Batista é sensibilizar o Palácio do Planalto e evitar que a empreiteira seja declarada inidônea, possível resultado de um processo aberto pela Controladoria-Geral da União após suspeitas do envolvimento da empresa com o grupo do empresário Carlinhos Cachoeira.

Com isso a Delta não poderia contratar com o governo nem receber aditivos de obras federais já iniciadas. Para o Executivo, esse risco é real.

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Após ter recebido recados da presidente Dilma Rousseff negando apoio do governo à aquisição da Delta, empresa que mais recebeu verbas federais desde 2007, Batista passou a operar nos bastidores. Nos últimos dias, ele se reuniu com ministros, integrantes da CPI e com o vice-presidente, Michel Temer.

Joesley também procurou governadores -com quem a empresa fez contratos- e centrais sindicais alegando que a inviabilização da Delta implicaria a demissão de mais de 30 mil funcionários.

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Algumas centrais, sobretudo a Força Sindical, cogitam fazer manifestações em apoio à manutenção dos empregos.

Nas conversas com interlocutores de Dilma, o empresário reitera, com uma cópia em mãos do contrato de opção de compra da Delta, que ainda não comprou a empresa e que só fechará definitivamente a operação se a empreiteira for financeiramente viável.

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Ao vice-presidente e a ministros, entre eles José Eduardo Cardozo (Justiça) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento), Batista tem dito também que as declarações de seu irmão, José Batista Júnior, foram uma "infelicidade".

Em entrevista à Folha, Júnior afirmou que "era conversa de bêbado dizer que o governo não tinha conhecimento da operação [de compra]".

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Segundo relatos, essa frase deixou Dilma furiosa. A interlocutores, ela disse jamais ter sido procurada pelo empresário para tratar do caso.

Apesar do esforço de pacificação, o Planalto desaprovou o assédio de Batista a integrantes de sua equipe. Joesley diz que sua pauta nos ministérios vai além da Delta e rechaçou qualquer hipótese de confronto com o governo: "Não vamos brigar com o governo. Jamais. Ninguém pode brigar com cliente". 

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