Ives Gandra nega ter sido consultado em dossiê para golpe: 'não conheço Cid'

Ives Gandra nega ter prestado consultoria para Mauro Cid e rejeita associação a planos golpistas

(Foto: Reprodução)


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247 — O jurista brasileiro Ives Gandra foi citado em documentos anteriormente sigilosos que fazem parte da investigação da Polícia Federal sobre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro. No entanto, ele nega veementemente ter prestado consultoria a Cid ou ter qualquer envolvimento em planos golpistas, informou o Uol.

Em entrevista ao Uol, Ives Gandra afirma que não contribuiu para a elaboração de ideais golpistas. Segundo o jurista, o suposto dossiê encontrado no celular de Mauro Cid foi redigido em maio de 2017, com o propósito de responder às dúvidas de um aluno do curso de Comando e Estado-Maior do Exército. Ele esclarece que se tratava de um projeto ordinário relacionado à disciplina do curso.

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O Uol teve acesso a uma troca de e-mails entre o major, que era aluno de Ives Gandra em 2017, e o jurista, na qual as datas do conteúdo são idênticas às que estavam sendo usadas por Mauro Cid. No entanto, Ives Gandra afirma não ter visto "nada que possa ter justificado eles considerarem essas minhas respostas" como favoráveis a um golpe de Estado, especialmente após a vitória do presidente Lula.

Ele também ressalta que conhece a mentalidade dos alunos militares e, por isso, já havia afirmado no ano passado que não havia chance de uma virada antidemocrática. Entre os alunos de Ives Gandra estão personalidades como o ex-vice-presidente e senador Hamilton Mourão (Republicanos), Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente na última chapa de Bolsonaro, e Tomás Paiva, comandante do Exército, todos generais de destaque.

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Ao ser questionado sobre o envolvimento do tenente-coronel Mauro Cid com seu suposto dossiê, Ives Gandra afirma que não o conhece e sugere que ele não fez o curso de Comando e Estado-Maior, pois, se o tivesse feito, já seria general. O relatório da Polícia Federal revela que no celular de Mauro Cid foram encontrados um manifesto favorável ao golpe, discussões sobre a Garantia de Lei e Ordem (GLO) e "questionamentos feitos ao Dr. Ives Gandra". A inclusão das respostas do jurista seria uma tentativa de estabelecer uma base de legalidade para uma possível ação antidemocrática.

Segundo a análise da Polícia Federal, Cid teria reunido documentos com o objetivo de obter suporte jurídico e legal para a execução de um golpe de Estado. O tenente-coronel também compilou uma coletânea sobre a atuação das Forças Armadas na "Garantia dos Poderes Constitucionais e GLO". Além disso, foram encontrados vídeos com declarações do jurista em trechos retirados do YouTube sobre o "Poder Moderador" e a aplicação do artigo 142 da Constituição Federal de 1988.

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Mauro Cid encontra-se preso desde o mês passado e se recusou a prestar depoimento à Polícia Federal, mantendo-se em silêncio diante das acusações.

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