Itaú fechado em copas sobre cofres roubados

Instituio da famlia Setbal demorou para avisar a polcia sobre roubo em 170 cofres particulares; apenas uma nota oficial foi emitida; atraso na comunicao prejudicou investigaes da polcia; houve um hiato de informao, criticou secretrio de segurana



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247 – Ainda cercado de mistério, uma informação já é certa no roubo espetacular a 170 cofres fortes da agência do banco Itaú na avenida Paulista: a polícia bateu cabeça. O próprio secretário estadual da Segurança, Antonio Ferreira Pinto, demonstrou irritação ontem ao comentar o que classificou de “hiato de informação” entre a delegacia que foi primeiro informada do crime e a divisão especializada em roubo a bancos. “A 78 não avisou o quinto”, resumiu o secretário, referindo-se aos dois endereços da mesma polícia civil. Ocorrido entre a noite de 27 e a madrugada de 28 de agosto, o roubou só foi notificado pelo banco Itaú à 78ª Delegacia, a mais próxima da agência, dias depois. A própria delegacia igualmente levou pelo menos sete dias para informar a 5ª Delegacia, especializada em roubo a bancos, do que havia acontecido. O resultado é uma grande vantagem para o grupo estimado em 12 bandidos, que à esta altura têm em mãos fortunas em reais, moedas estrangeiras, joias e documentos.

Multiplicam-se, neste momento, as queixas anônimas de quem perdeu o que havia guardado nos cofres violados. “Sou um avaliador de joias”, apresentou-se, por telefone, à reportagem da teve Bandeirantes, um cliente que não quis se identificar. “Eu devia ter no meu cofre algo próximo a 500 mil reais em joias de terceiros. Como eu fico com essa violação absurda de um lugar que deveria ser bem mais seguro?”, perguntou. À Folha de S. Paulo, um casal que ali guardava dinheiro e documentos, manifestou preocupação em ter, agora, seus segredos em poder de uma quadrilha perigosa. “Eles sabem muito sobre nós, onde vivemos, o que temos, o que fazemos. Estamos completamente inseguros”, afirmou o marido.

Por força do contrato de seguro, o Itaú anunciou que irá ressarcir em R$ 15 mil os donos dos cofres roubados. Essa quantia, porém, não cobre, na grande maioria dos casos, o valor dos bens que sumiram. Para processar o banco e tentar obter uma indenização à altura de suas perdas, os donos dos cofres precisam apresentar notas fiscais, no caso de bens guardados, como joias, por exemplo, e informar a quantidade de dinheiro que ali estava guardado. Neste momento, porém, essas informações também estarão disponíveis à Receita Federal. Num primeiro momento, apenas três donos de cofres registraram queixa pelo roubo.

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Abaixo, noticiário de 247 a respeito:

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247 - Com o andamento das investigações, a polícia vai descobrindo novos detalhes sobre o assalto de requintes cinematográficos feito aos cofres mantidos por clientes ricos na agência do banco Itaú da avenida Paulista. Já se sabe que o alarme foi desligado antes da ação. O detalhe é que esse dispositivo só pode ser acessado de fora da agência, o que sugera a participação de pelo menos um funcionário da instituição na preparação e desenvolvimento da ação.

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O Itaú emitiu nota oficial em que afirma que não ira fazer comentários para não prejudidicar as investigações e proteger o sigilo bancário de seus clientes. Informação veiculada pelo jornal Bom Dia São Paulo, da TV Globo, deu conta de que o banco está providenciando o pagamento de R$ 15 mil a cada dono de cofre roubado, como forma de ressarcimento. A legislação não é específica sobre as regras de aluguel de cofres particulares dentro de agências bancárias.

Abaixo, notícia de 247 sobre o roubo:

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Um a um, 170 cofres particulares mantidos por clientes milionários da agência do banco Itaú na avenida Paulista, em São Paulo, foram roubados no melhor estilo cinematográfico. Os bandidos passaram nada menos que 10 horas dentro do ambiente que deveria ser uma fortaleza, mas cujo esquema de segurança caiu, aparentemente, sem que eles precisassem fazer um grande esforço. Pelo pouco que se tem como reconstuição até aqui, bastou dominar um segurança para a quadrilha, que usava jalecos cinza para simular uma equipe de manutenção, agir com liberdade no primeiro subsolo da agência. Sabe-se que até sanduíches foram servidos entre os comparsas, como forma de apoiar o trabalho de limpeza da riqueza alheia. 

O Procon foi acionado e informou que o Itaú deve informar aos donos dos cofres o conteúdo roubado de cada um. Segundo o órgão de defesa do consumidor, essa é uma obrigação da instituição.

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Estima-se que os cofres tinham como conteúdo pequenas fortunas em moedas estrangeiras, jóias valiosas, títulos ao portador e documentos confidenciais. Tudo somado, um butim incalculável, diversificado e difícil de ser rastreado, com liquidez imediata e a prazo. Como é praxe nesse tipo de guarda, os bens ali reunidos não costumam fazer parte de declarações formais de patrimônio, constituido-se em reservas pessoais das quais os clientes não prestam contas nem mesmo aos responsáveis pelo banco. Apenas três clientes registraram queixa formal do roubo. Nos meios artísticos, circula o rumor de que a apresentadora de tevê Hebe Camargo, de notória riqueza, teria perdido algumas de suas joias mais caras.

Divulgado apenas agora, em reportagem veiculada no domingo pela TV Record, o assalto ainda é cercado de muito mistério. A ação dos bandidos aconteceu entre a noite de 27 de agosto e a madrugada seguinte, até o ínicio da manhã. Foram dez horas de 'trabalho' a partir das 23h50, quando o grupo dominou o vigia e ultrapassou todas as barreiras que deveriam existir até o cofre que guardava as caixas fortes. Na manhã de domingo, bastou, outra vez, render o vigia que iria iniciar o turno para completar o serviço.

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A polícia ainda parece confusa pelo verdadeiro baile patrocinado pela quadrilha. Na sexta-feira, à reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a Secretaria de Segurança informou desconhecer a ocorrência do assalto. Mais tarde, com a dilvulgação da notícia, manifestou estranheza pelo fato de o Deic – Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado – só ter sido comunicado uma semana após o fato. O Banco Itaú não quer comentar a ação. Para a instituição, que tem apoiado suas propagandas nas bandeiras da sustentabilidade, a devassa dos cofres particulares de seus clientes chega a ser humilhante, uma vez que revela uma falha de segurança num setor que, em tese, deveria ser o mais blindado.

 

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