Inclusão digital na baixa renda

O aumento da inclusão digital é consequência inconteste da melhoria das condições de vida da população e da redução das desigualdades sociais



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Há dez anos a inclusão digital ainda era algo bem distante da realidade da grande maioria dos brasileiros, sobretudo, os mais pobres. Porém, a partir de 2003, a melhoria do emprego e da renda dos trabalhadores, o aumento do poder de compra, do crédito e da escolaridade modificaram sensivelmente este cenário. Hoje, a internet está cada vez mais presente na vida da população e seu uso tem crescido principalmente entre as pessoas com baixa renda.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados pelo IBGE, em 2011, quase metade (46,5%) dos brasileiros com dez anos ou mais acessava a rede mundial de computadores, quase o dobro do índice verificado em 2005, de 21%.

A redução da pobreza está diretamente ligada a esse novo quadro. Enquanto na população total com mais de dez anos o aumento do número de internautas foi de 143,8%, entre os mais pobres o crescimento foi de 188%. Os usuários de baixa renda passaram de 10,2 milhões em 2005 para 29,4 milhões em 2011, o que representa 19,2 milhões de pessoas incluídas no mundo virtual.

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Para se ter melhor dimensão do avanço, em seis anos o país ganhou quase 21 mil novos usuários de internet por dia. O crescimento foi maior também nos Estados do Norte e Nordeste, embora comparativamente estas continuem sendo as regiões com menor índice de acesso. Em 2011, pouco mais de um terço da população dessas duas regiões acessavam a internet. Em 2005, eram apenas 12%. Entre os habitantes de Alagoas, por exemplo, o acesso à internet passou de 7% para 34,3%. São dados emblemáticos da diminuição da desigualdade regional e social.

Outra informação expressiva trazida pelo levantamento é o crescimento do número de novos internautas entre os alunos da rede pública. Em 2005, apenas 24,1% desses estudantes usavam a internet, proporção que cresceu para 65,8% em 2011. Como a pesquisa não investigou de onde se acessa a rede, não é possível associar o crescimento à distribuição de computadores nas escolas, mas não há dúvidas de que políticas públicas e o barateamento dos computadores estão contribuindo decisivamente para a inclusão digital entre os mais pobres.

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Ações do governo federal como a Lei do Bem, de 2005, que desonerou os computadores fabricados no país, o programa Banda Larga nas Escolas, lançado em 2008, e o Programa Nacional de Banda Larga, que provocou uma redução superior a 45% nos preços da internet de 2010 para 2011, são alguns exemplos de iniciativas visando à democratização do acesso à rede no Brasil.

Outro estudo recente, a pesquisa Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) Educação 2012, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, aponta que a maioria dos alunos de escolas públicas do país (62%) tem computador em casa. O número é crescente desde 2010, quando se iniciou o levantamento e o percentual era 54%. A pesquisa também chama a atenção para o aumento da presença de computadores portáteis nas escolas analisadas (74%), mas ressalta a necessidade de que as tecnologias sejam incorporadas ao ambiente escolar de outras formas, que não apenas para uso em laboratórios de informática. No entanto, isso só seria possível aumentando-se a quantidade de equipamentos e a velocidade de conexão à rede.

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A importância da escolaridade para a expansão do ingresso na era digital também ficou demonstrada pelos dados da Pnad. O estudo indicou que entre os brasileiros que possuem 15 anos ou mais de sala de aula, 90,2% eram internautas. Já entre aqueles que frequentaram a escola por 4 a 7 anos, apenas 11,8% acessavam a rede.

É importante lembrar que a pesquisa não incluiu acessos móveis por meio de tablets e smartphones, portanto, os números poderão ser ainda melhores em um levantamento futuro que inclua essas novas tecnologias, possibilidade que o IBGE vem estudando.

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Os resultados são muito positivos, mas é preciso avançar para universalizar o acesso, reduzir as desigualdades regionais das conexões, que ainda são grandes, e melhorar a regulação para garantir a qualidade dos serviços ofertados. O aumento da inclusão digital é consequência inconteste da melhoria das condições de vida da população e da redução das desigualdades sociais, mas sempre é possível e o governo está no caminho certo ao estimular o setor, para acelerar a democratização do acesso à rede.

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