Ideli vai à PGR e pede cassação de Bolsonaro

Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), presidido pela ministra, representou nesta quinta-feira 11 contra o deputado na Procuradoria-Geral da República; esta é a primeira iniciativa do colegiado, que foi empossado ontem; grupo também entrará com representação na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, pedindo a cassação de Jair Bolsonaro (PP-RJ); "Bolsonaro cometeu crimes de incitação e apologia a um crime hediondo, que é o do estupro", disse Ideli Salvatti; a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, disse que o caso agrega elementos suficientes para que a representação vire uma ação penal; parlamentar disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que só não a estupraria porque ela "não merece"

Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), presidido pela ministra, representou nesta quinta-feira 11 contra o deputado na Procuradoria-Geral da República; esta é a primeira iniciativa do colegiado, que foi empossado ontem; grupo também entrará com representação na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, pedindo a cassação de Jair Bolsonaro (PP-RJ); "Bolsonaro cometeu crimes de incitação e apologia a um crime hediondo, que é o do estupro", disse Ideli Salvatti; a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, disse que o caso agrega elementos suficientes para que a representação vire uma ação penal; parlamentar disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que só não a estupraria porque ela "não merece"
Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), presidido pela ministra, representou nesta quinta-feira 11 contra o deputado na Procuradoria-Geral da República; esta é a primeira iniciativa do colegiado, que foi empossado ontem; grupo também entrará com representação na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, pedindo a cassação de Jair Bolsonaro (PP-RJ); "Bolsonaro cometeu crimes de incitação e apologia a um crime hediondo, que é o do estupro", disse Ideli Salvatti; a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, disse que o caso agrega elementos suficientes para que a representação vire uma ação penal; parlamentar disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que só não a estupraria porque ela "não merece" (Foto: Gisele Federicce)


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Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil

As ofensas do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), direcionada à deputada Maria do Rosário (PT-RS), na terça-feira (9) continuam repercutindo entre diversas entidades de defesa dos direitos humanos. Na tarde de hoje (11), o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) protocolou representação contra Bolsonaro na Procuradoria-Geral da República (PGR). O pedido é para abertura de processo criminal e cível contra o parlamentar.

“A representação é muito clara, o conselho tem a convicção que foi cometido um crime de incitação à violência, de apologia a um crime considerado hediondo”, disse a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), Ideli Salvatti. Tanto ela como todos os conselheiros, empossados ontem (10), sentaram-se à mesa com a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, e entregaram formalmente o documento.

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Para a vice-procuradora-geral da República, o caso agrega elementos suficientes para que a representação vire uma ação penal. “São as palavras, a forma, e, a partir delas, todo um movimento misógino. Fiquei sabendo de comentários em redes sociais e então, [ficou provada] a força deletéria, perversa dessas declarações. Elas têm uma força de incitação ao crime, ao estupro”.

Bolsonaro ficou surpreso com a representação apresentada contra ele à Procuradoria-Geral da República pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos em razão das ofensas contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS). “Não sabia da representação. Agora tenho que esperar ser notificado para me defender. Vou me defender após receber a peça apresentada à PGR”.

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O deputado citou o Artigo 53 da Constituição, que trata da invioabilidade das opiniões dos parlamentares. “Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”, diz o texto constitucional.

A representação do CNDH, no entanto, não se refere às ofensas de Bolsonaro na tribuna, e sim na entrevista ao jornal Zero Hora, em que o deputado disse que não estupraria sua colega de Câmara por ela ser “muito feia”.

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“O que ele diz no plenário, no exercício do seu mandato, está coberto pela inviolabilidade constitucional. Então, por essa razão, o fato de ele ter falado isso no plenário não pode ser levado em conta nessa análise”, disse Ela Wieko. Agora, a representação vai passar 30 dias na Procuradoria-Geral da República e o procurador-geral, Rodrigo Janot, vai decidir se o documento apresentado seguirá para o Supremo Tribunal Federal, em forma de ação penal.

Além do CNDH, duas entidades se manifestaram hoje sobre o caso. O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) protocolou na Câmara dos Deputados um pedido de providência em relação à atitude do deputado do PP. O pedido foi assinado por 23 organizações que representam as mulheres. “Instamos a Mesa da Câmara a tomar a única atitude admissível nesse caso: a instauração de processo de cassação do infrator por apologia e incitamento à violência sexual contra as mulheres”, diz o pedido do conselho.

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Ontem (10), o PT, PCdoB, PSOL e PSB também representaram no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados contra o deputado Bolsonaro. Os partidos pedem a cassação do atual mandato do parlamentar.

De acordo com Ideli, o CNDH também deve protocolar pedido de cassação na Câmara no mês de fevereiro, que já poderia ter efeitos no novo mandato de Bolsonaro, reeleito em outubro. “Apresentaremos de imediato, e como está terminando a legislatura, vamos apresentar novamente em fevereiro”.

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Em nota, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) também se manifestou contra as declarações de Bolsonaro. "É inconcebível que um parlamentar se utilize indevidamente do sistema de imunidades para atentar contra a própria Constituição Federal e a dignidade das mulheres, estimulando uma cultura de desrespeito aos direitos humanos”, diz. A AMB conclui a nota, pedindo ao Congresso Nacional que “estabeleça medidas em defesa da ética parlamentar de forma a preservar o sistema representativo e dignificar a importante função do parlamento para democracia brasileira”.

Abaixo matéria anterior:

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Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) protocolará hoje (11) representação na Procuradoria-Geral da República contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Na terça-feira (9), em discurso no plenário da Câmara, o deputado ofendeu a deputada Maria do Rosário (PT-RS), dizendo que "só não a estuprava porque ela não merece".

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A iniciativa é o primeiro ato do conselho empossado ontem. Presidido pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), Ideli Salvatti, o colegiado será recebido pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko. O CNDH também entrará com representação na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, pedindo a cassação do mandato do parlamentar.

"Bolsonaro cometeu crimes de incitação e apologia a um crime hediondo, que é o do estupro", disse Ideli. "O assunto foi trazido por um dos conselheiros na primeira reunião e nós deliberamos. O estupro é um crime hediondo e, portanto, qualquer manifestação [de apoio] feita por cidadão brasileiro é passível de abertura de processos penal e cível", acrescentou.

Ontem (10), o PT, PCdoB, PSOL e PSB também representaram no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados contra o deputado Jair Bolsonaro. Os partidos pedem a cassação do atual mandato do parlamentar.

Na internet, uma petição defendendo a perda do mandato do deputado tem mais de 100 mil assinaturas. Bolsonaro foi reeleito em outubro deste ano para o sétimo mandato no Congresso Nacional. Ele foi o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro, recebendo 464.418 votos dos eleitores fluminenses.

 


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