Ideli: Chagas morde, Dirceu assopra

Decano dos jornalistas brasilienses define ministra da Articualao Poltica como uma mulher agressiva e intolerante; lder do PT elogia a escolha



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247 – Só o tempo dirá se a presidente Dilma Rousseff acertou ao escolher Ideli Salvatti como ministra da Articulação Política. Para Carlos Chagas, espécie de “decano” dos jornalistas políticos de Brasília (e pai da ministra Helena Chagas), é uma aposta de risco. Chagas vê Ideli como uma mulher agressiva e intolerante.

Leia, abaixo, trechos de sua coluna:

“A se confirmar a nomeação de Ideli Salvatti para o ministério da Coordenação Política, surge uma pergunta inteiramente inócua, antes das questões fundamentais: quem irá para o ministério da Pesca? Tanto faz, já que a Pesca e o governo ainda não foram apresentados. E não é por culpa da ministra Ideli, senão pelo total desprezo que o Brasil vem dando à atividade pesqueira, faz séculos. O peixe não precisa de pasto, nem de ser alimentado e vacinado, muito menos necessita passar por estações de engorda, mas custa mais caro do que o boi. Quem sabe, desta vez, a presidente Dilma venha a nomear um pescador para gerir o ministério? Ou uma pescadora, de acordo com os ventos que sopram no Planalto.

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Quanto à Coordenação Política, a ex-senadora vai montar num rabo de foguete. Sem apoio no PMDB e no PT, ficará difícil até mesmo anotar os pedidos da base parlamentar oficial. Acresce que deixou cicatrizes no Senado, onde durante oito anos demonstrou-se agressiva e intolerante. Essas características até que fazem parte da arte de governar nos tempos atuais, mas são incompatíveis com o desempenho das relações institucionais. Não se coordenará com elas conjuntos tão díspares e conflitantes quando os dois principais partidos que apóiam o governo, ou deveriam apoiar. Basta ver as reações registradas nos últimos dois dias entre os companheiros e os peemedebistas.

De qualquer forma, a presidente Dilma terá tido motivos para escolher Ideli Salvatti, se não tiver voltado atrás”.

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José Dirceu, por sua vez, elogia a escolha e diz que a ministra está sendo vítima de preconceito. Leia o que ele publicou neste domingo no seu blog:

“Não é verdade que a indicação da ex-senadora Ideli Salvatti como ministra das Relações Institucionais desagrada ou seria contra a vontade do PT. Nem o diretório e nem a comissão executiva nacionais, muito menos o presidente nacional do partido, deputado Rui Falcão, apoiaram qualquer nome legitimamente examinado ou proposto por lideranças, parlamentares, correntes e setores do PT, seja o do líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), sejam outros que surgiram.

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Pelo contrário, tenho certeza absoluta de que a ministra Ideli Salvatti, militante e dirigente do PT, tem e terá o apoio de todo o partido, de sua direção e militância, para exercer o cargo e as responsabilidades que a presidenta Dilma Rousseff lhe atribuiu.

Mais do que isso: Ideli tem experiência e capacidade para o cargo. Na Assembléia Legislativa de Santa Catarina e no Senado ela já as comprovou como líder do PT e depois do governo. Deu conta do recado tranquila e eficientemente. Perguntem ao presidente Lula, aos senadores do PT e aos nossos aliados, com quem ela tem uma relação excelente.

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Preconceito

Fora o preconceito e as avaliações - que, na verdade, são mais desejos - que cercam a ida da ministra para as Relações Institucionais, é bom lembrar que o atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, não era deputado ou senador, não era dirigente nacional do PT e nunca exerceu cargos eletivos.

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Foi, no entanto, um dos melhores ministros da Articulação Política quando lhe coube a missão de suceder nomes como os de Aldo Rabelo, Tarso Genro, Jaques Wagner, Mares Guia e José Múcio, o que não era fácil. Mas, ele deu conta do recado. Assim será com Ideli Salvatti, forjada nas lutas sindicais, políticas, eleitorais, e como dirigente e parlamentar do PT.

Como dirigente nacional do PT e senadora líder de nossa bancada e do governo, ela já deu provas de que sabe e muito bem lidar com crises, divisões, divergência, de que é capaz de articular e buscar consensos, dialogar com a oposição e unificar a base.

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Ideli conhece o governo e suas propostas

A nova ministra conhece o governo e suas propostas. Além disso, terá o apoio dos líderes do governo na Câmara e no Senado e dos líderes dos partidos da base governista começando pela bancada do PT na Câmara, que seguramente saberá tirar lições da atual crise para se unificar em torno da nova ministra.

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Este é o desejo da militância e da direção nacional petista. E mais do que isso, é uma exigência para o apoio que a nossa presidenta espera de nós do PT.”

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