Horário de verão termina à meia-noite deste sábado em 11 estados
Neste ano, o governo chegou a estudar uma prorrogação da vigência da medida, por causa da falta de chuvas, que afeta os reservatórios das hidrelétricas. Mas o custo-benefício do adiamento foi considerado insuficiente, e a data prevista para o fim do horário diferenciado foi mantida
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A partir da meia-noite de hoje (21) os relógios devem ser atrasados em uma hora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Depois de quatro meses, chega ao fim o horário de verão, que tem como objetivo aproveitar melhor a luminosidade natural do dia, reduzindo o consumo de energia no final da tarde.
Adotado no Brasil desde 1931, a mudança no horário desperta amor e ódio entre a população. Os motivos citados para quem defende a medida está o maior aproveitamento do dia, ao final da tarde, mas quem não gosta da mudança relata principalmente dificuldades na hora de acordar.
A aposentada Terezinha Gusmão, por exemplo, diz que a medida é ruim para os netos, que têm que levantar muito cedo, mas ela gosta da mudança. “Eu adoro horário de verão, no anoitecer dá para aproveitar mais, sou muito rueira chego em casa e o dia ainda está claro”.
A questão da segurança também é apontada pelos defensores do horário de verão, como a estudante Amanda Cristina Mendes Jardim. “Eu acho melhor na hora que eu volto para casa que está mais claro, fica menos perigoso”, diz.
O servidor público Alexandre Oliveira também lembra a economia de energia com a medida. “Acho que ele poderia ser estendido, ainda mais com essa crise energética agora. Quando a gente consegue acostumar ele termina, sou a favor que ele continuasse por mais dois meses até”, diz.
Neste ano, o governo chegou a estudar uma prorrogação da vigência da medida, por causa da falta de chuvas, que afeta os reservatórios das hidrelétricas. Mas o custo-benefício do adiamento foi considerado insuficiente, e a data prevista para o fim do horário diferenciado foi mantida. A economia de energia registrada no horário de verão 2014/2015 foi cerca de 4,5% no horário de pico (entre 18h e 21h), com redução total de 250 megawatts médios, o que corresponde a 0,5% de economia nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul.
Para o auxiliar financeiro Joaquim Pereira dos Santos, a mudança de horário prejudica quem tem que trabalhar cedo e depende de transporte público. “Sou a favor de acabar o horário de verão definitivo, por que ele só beneficia quem não pega ônibus, não pega metrô, para nós não, temos que sair cedo ou chegar tarde demais em casa por causa dos transportes”, disse.
A secretária Alba Chaves relata que tem dificuldades para se adaptar ao horário de verão, especialmente para ajustar o sono. “Ele atrapalha minha rotina, na minha impressão o dia fica menor, normalmente não consigo acordar no horário, meu organismo não se adapta. Eu não consigo dormir antes de 1h da manhã, então meu dia fica menor, não rende, também não gosto do final da tarde de chegar às 19h e está aquele sol, gosto da noite”.
A medida é adotada no Distrito Federal e em outros dez estados: Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Paraná, em São Paulo, Rio de Janeiro, em Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e em Goiás. Os estados das regiões Norte e Nordeste não aderiram à mudança de horário.
Com o fim da medida, os passageiros devem ficar atentos aos horários dos voos, especialmente quem tem passagem marcada para sábado e domingo. Os bilhetes aéreos apresentam sempre a hora local, ou seja, a informação da partida refere-se ao horário na cidade de origem e a da chegada, ao horário do local de destino.
Desde 2008, o horário de verão começa no terceiro domingo de outubro e vai até o terceiro domingo de fevereiro do próximo ano. Quando houver coincidência com o feriado do carnaval, o horário diferenciado é prorrogado por mais uma semana.
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