Haddad leva arcabouço a Lira e Pacheco e diz que proposta está em "fase final"

O ministro reiterou que é desejo de Lula divulgar o arcabouço fiscal antes de sua viagem à China, no final desta semana

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou boa parte da agenda desta segunda-feira para tratar do novo arcabouço fiscal com os presidentes da Câmara e do Senado e lideranças do governo no Congresso, seguindo orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e disse que a proposta está em fase final e depende apenas de ajustes pontuais.

"Estamos confiantes que estamos na fase final", afirmou Haddad a jornalistas após os encontros com os líderes do governo na Câmara e no Senado --José Guimarães (PT-CE) e Jaques Wagner (PT-BA)-- e posteriormente com os presidentes das duas Casas Legislativas, deputado Arthur Lira (PP-AL) e senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

continua após o anúncio

Segundo Haddad, a recepção dos parlamentares ao projeto, e também dos ministros que ouviram sua exposição sobre o arcabouço na sexta-feira em reunião com Lula no Planalto, foi "muito boa", mas ele disse que ainda há "detalhes pontuais" a serem tratados.

O ministro afirmou que precisa ser definido se o arcabouço fiscal será anunciado junto com outra proposta do governo, esta sobre a regulação de Parcerias Público Privadas (PPPs).

continua após o anúncio

"E tem uma conta sobre vinculações constitucionais que nós estamos fazendo também para ter segurança sobre os parâmetros (do arcabouço fiscal)", acrescentou Haddad, sem dar detalhes.

O ministro reiterou, contudo, que é desejo de Lula divulgar o arcabouço fiscal antes de sua viagem à China, no final desta semana.

continua após o anúncio

Após a reunião com Haddad, Pacheco defendeu, em publicação no Twitter, a importância de combinar investimentos e sustentabilidade fiscal.

"Temos de promover uma ampla discussão no Congresso, no sentido de assegurar os investimentos que precisam ser feitos, nas áreas da saúde, da educação, da segurança e da infraestrutura, além dos projetos sociais, mas sem deixar de lado a sustentabilidade das contas públicas", afirmou.

continua após o anúncio

Mais cedo, Haddad havia afirmado que Lula pediu que os membros do governo fizessem reuniões com as lideranças políticas e com economistas de fora do mercado antes da apresentação oficial do arcabouço fiscal.

O ministro ressaltou, ainda, que é seu papel levar a Lula subsídios para tomar a decisão que contemple seus compromissos históricos e de campanha e a sustentabilidade do país. "E ele é o primeiro a dizer que não vê incompatibilidade entre responsabilidade social e fiscal, temos que encontrar essa linha fina”, afirmou o ministro a jornalistas.

continua após o anúncio

COPOM

Ao ser questionado se o arcabouço fiscal será divulgado antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana, Haddad afirmou que o Banco Central tem sua própria dinâmica e que o governo não vai “atropelar” as conversas sobre a proposta.

continua após o anúncio

"O Copom tem a sua dinâmica, não podemos atropelar o processo de conversa porque tem que sair uma coisa sólida, sóbria, que faça sentido para as pessoas, e não vai ser o açodamento que vai nos levar a essa situação", disse.

Na ata da sua reunião de fevereiro, quando manteve a taxa de juros em 13,75% -- nível muito criticado pelo presidente Lula --, o Copom reafirmou preocupação com o quadro das contas públicas e chamou a atenção para as incertezas ao redor do tema, ainda que tenha feito um aceno ao pacote de medidas fiscais já apresentado por Haddad. O colegiado volta a se reunir na terça e quarta-feira, com a decisão sobre os juros sendo anunciada no segundo dia do encontro.

continua após o anúncio

O governo chegou a prever uma reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO) nesta segunda-feira para debater a proposta. No entanto, segundo o Ministério da Fazenda, o agendamento cabe à Casa Civil e o encontro pode ficar para terça-feira. A JEO, que toma decisões sobre o Orçamento, é formada pelos ministros da Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Gestão.

Em evento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que a âncora fiscal terá como base a curva da dívida, o superávit primário e o controle de gastos.

“O governo encaminha nos próximos dias o projeto de ancoragem fiscal que vai combinar curva da dívida, de outro lado superávit e de outro lado o controle do gasto. É uma medida inteligente e bem feita”, disse Alckmin.

A jornalistas, o vice-presidente disse que Lula anunciará o modelo "no momento certo". "O presidente Lula ainda não deu a palavra final mas ela foi bem concebida e houve uma boa engenharia", disse.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247