Greve tem adesão recorde de 8 mil metroviários

Mas movimento pode ser suspenso se direção do Metrô, controlado pelo governo do Estado, acatar proposta feita ontem pela Justiça do Trabalho; "não queremos prejudicar a população", diz presidente Altino Prazeres; "irresponsáveis", acusa governador Alckmin; paralisação envolve 8 mil metroviários de um total de 8,6 mil; caos na cidade

Greve tem adesão recorde de 8 mil metroviários
Greve tem adesão recorde de 8 mil metroviários (Foto: Montagem/247)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 – Depende do governo do Estado. O Sindicato dos Metroviários pode defender a suspensão da greve da categoria, na assembleia marcada para o meio-dia desta quarta-feira 23, caso a direção do Metrô, empresa controlada pelo Estado, aceite a proposta de acordo feita ontem à noite pela Justiça do Trabalho, em reunião com as duas partes. "Se ao menos o que Justiça propôs for aceito pelo Metrô, podemos considerar a volta ao trabalho, disse o diretor do sindicato Daguinaldo Gonçalves à BandNews.

Os metroviários reivindicam 5,13% de reajuste salarial -- 14,99% de aumento real --, vale-alimentação de R$ 280,45 e reajuste de 23,44% no vale-refeição, além de equiparação salarial, jornada de 36 horas semanais de trabalho, adicional de periculosidade sobre todos os vencimentos, adicional de risco de vida de 30%, plano de saúde acessível para os aposentados e reintegração dos demitidos em 2007.

Durante audiência na Justiça do Trabalho, ontem à tarde, a companhia propôs reposição da inflação pelo Índice Nacional de Preços (IPC) e aumento real de 1,5%. A desembargadora propôs reajuste pelo INPC mais 1,5% de aumento real.

continua após o anúncio

O Metrô propôs vale-alimentação de R$ 158,57, enquanto os metroviários mantiveram a reivindicação de R$ 280,45. A desembargadora propôs R$ 218. Em relação ao vale-refeição, o Metrô propôs elevar o valor para R$ 21 e o sindicato manteve a reivindicação de R$ 25,25. A desembargadora estipulou o valor em R$ 23.

Há divergências também sobre o adicional de risco para agentes de segurança e de plataforma, sobre a equiparação salarial de funcionários que exercem as mesmas funções, adicional de periculosidade, aumento da contribuição do Metrô nos planos de saúde dos funcionários e readmissão de 61 grevistas demitidos em 2007.

continua após o anúncio

Os dois lados concordaram apenas em montar comissões para discutir pontos mais polêmicos como a distribuição de participação nos resultados e a jornada de trabalho dos funcionários que iniciam ou terminam seus turnos fora do horário de funcionamento do sistema de transporte público.

O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, disse esta manhã, que o objetivo da greve não é prejudicar os trabalhadores. "A intenção não era prejudicar a população, tanto que lançamos ao governo o desafio de deixar a catraca livre", declarou Altino ao site G1. Ele rebateu declaração do governador Alckmin de que a paralisação tem motivação político-eleitoral. "Acredito que ele está tentando criar uma explicação. Queremos resolver essa demanda independentemente de qual governo seja.Temos desacordo tanto com governo federal quanto estadual", disse o presidente do sindicato. Ele acrescentou que a  greve teve a maior adesão da história do movimento metroviário. Dos 8,6 mil funcionários, cerca de 8 mil estão parados.

continua após o anúncio

Leia íntegra de nota oficial do Sindicato dos Metroviários.

"O Sindicato dos Metroviários informa que a greve deflagrada para o dia de hoje atinge todo o sistema do Metrô. É uma das maiores greves dos últimos anos, com ampla adesão de todo o quadro de funcionários. Estão completamente paralisados os operadores de trem, os funcionários da manutenção, funcionários das estações e o corpo de seguranças.

continua após o anúncio

O Metrô está tentando operar o sistema em pequenos trechos e de forma precária, utilizando o seu quadro de supervisores que não são completamente habilitados para as funções exigidas. Essa é uma política irresponsável da empresa que coloca em risco, inclusive, a segurança dos usuários do Metrô.

A melhor saída para esse impasse é, sem dúvida, que o Metrô negocie rapidamente com os metroviários e atenda às nossas justas reivindicações."

continua após o anúncio

Abaixo, noticiário anterior de 247:

 

continua após o anúncio

247 – Todos os gargalos do sistema de transportes da maior cidade do País estão sendo expostos, ao mesmo tempo, nesta quarta-feira 23, durante a greve de metroviários e ferroviários. A paralisação quase completa dos trens do Metrô, os reflexos diretos nos vagões da Companhia Metropolitana de Trens Urbanos (CPTM) e a desorganização geral do sistema de ônibus afetaram na menos que 4 milhões de pessoas na manhã de hoje. Foi batido o recorde de extensão de congestionamentos, que perdurava desde novembro de 2004, com a marca de 210 quilômetros de vias entupidas. Um quadro sem retoques do mais completo caos. Os metroviários pedem 5,4% de reajuste salarial, além de elevação no valor do vale-refeição.

A política partidária e as eleições municipais compõem o pano de fundo da greve que enfarta as artérias paulistanas. "Irresponsáveis", reagiu o governador Geraldo Alckmin. "É um movimento político-partidário de um grupelho radical", completou. Ele alegou que, em negociação salarial, o governo ofereceu 1,5% acima da inflação aos metroviários. Os representantes da categoria, cuja diretoria sindical é composta por quadros do PSTU, PSOL, CST – corrente trotskista, PC do B e do PCB, alegam que o reajuste é insuficiente. Eles criticam a gestão do governo estadual para o metrô. E reclamam da falta de investimentos em manutenção e ampliação. O candidato do PT a prefeito, Fernando Haddad, atacou duramente, na semana passada, a gestão tucana nos transportes, a partir de um choque entre composições do metrô que resultou em 100 feridos leves. Seu adversário José Serra evitou discutir o problema, alegando que Haddad procurava se aproveitar de uma quase tragédia.

continua após o anúncio

Abaixo, notícia publicada no portal WSCOM sobre os acontecimentos em torno da greve dos transportes em São Paulo na manhã desta quarta 23:

Greve no Metrô e na CPTM prejudica passageiros nesta quarta em SP

Funcionários do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) entraram em greve nesta quarta-feira (23) em São Paulo. Em razão disso, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) suspendeu o rodízio municipal de veículos. A SPTrans, por sua vez, acionou o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese), ampliando o atendimento de ônibus entre as estações afetadas.

O trânsito foi prejudicado. Às 8h, a CET registrava 162 km de filas. Em Itaquera, na Zona Leste, passageiros revoltados com a paralisação bloquearam os dois sentidos da Radial Leste e furaram pneus de um ônibus na via. A PM teve de usar bombas de gás para dispersar os manifestantes.

Veja abaixo a situação das linhas do Metrô e da CPTM às 7h45:

Linha 3-Vermelha

A Linha 3-Vermelha, do Metrô, que liga Corinthians-Itaquera à Estação Palmeiras-Barra Funda, operava apenas no trecho entre a Estação Santa Cecília e a Estação Bresser.

Linha 1-Azul

A Linha 1-Azul, do Metrô, operava apenas entre as estações Luz e Ana Rosa.

Linha 2-Verde

A Linha 2-Verde, do Metrô, só funcionava entre as estações Ana Rosa e Clínicas.

Segundo informações do Metrô, as três linhas em operação nesta manhã tinham velocidade reduzida. Ainda segundo o Metrô, a operação era realizada com funcionários que não aderiram à greve e com o quadro administrativo que auxilia nas estações e bilheterias.

Linha 5-Lilás

A Linha 5-Lilás começou a operar em todas as suas estações às 5h10. De acordo com o Metrô, os passageiros que estavam na Zona Sul acessavam o Centro da cidade por meio da integração com a Linha 9-Esmeralda da CPTM, na estação Santo Amaro, e com a Linha 4-Amarela, na estação Pinheiros.

Linha 4-Amarela

A Linha 4-Amarela, operada pela iniciativa privada, operava normalmente desde a madrugada.

Linha 11-Coral e Linha 12-Safira

Na CPTM, as linhas 11-Coral e 12-Safira estavam paradas. Ônibus gratuitos foram colocados à disposição dos passageiros de todas as linhas para fazer os trajetos de Mogi das Cruzes a Guaianazes e Guaianazes a Brás e de Poá a Itaim Paulista e do Itaim Paulista a Brás.

Demais linhas da CPTM

Na CPTM, as linhas 7-Rubi, 8-Diamante, 9-Esmeralda e 10-Turquesa funcionavam normalmente.

Estações fechadas

Boa parte das estações amanheceu com as portas fechadas. Sindicatos que representam trabalhadores do Metrô e das linhas 11 e 12 da CPTM decidiram na noite desta terça-feira (22) declarar greve a partir da 0h desta quarta. Nos dois casos, decisões da Justiça do Trabalho determinam que o efetivo fosse mantido sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

Metrô e CPTM estimam que aproximadamente 4,8 milhões de passageiros possam ser afetados pela greve.

Rodízio e Paese

Por causa da declaração de greve, o rodízio municipal de veículos, que às quartas limita a circulação de carros e caminhões com placas finais 5 e 6, foi suspenso, segundo a CET. A SPTrans acionou o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese) - com ele, as linhas com destino às estações do

Metrô tiveram seu trajeto estendido até a região central de São Paulo.
Segundo a Polícia Militar, foi feito um reforço no policiamento nas estações da CPTM e do Metrô, inclusive nas operadas pelo Consórcio ViaQuatro.

Greve no Metrô

A decisão do Sindicato dos Metroviários de São Paulo de optar pela paralisação ocorreu após uma audiência com representantes do Metrô que terminou sem acordo. A Justiça do Trabalho determinou, no entanto, que o sindicato dos Metroviários mantivesse 100% da frota funcionando durante os horários de pico e 85% nos demais horários e proibiu a liberação das catracas.

O sindicato terá que pagar multa de R$ 100 mil diários por descumprimento da decisão. Os horários de pico são das 5h até as 9h e das 17h às 20h. A audiência de conciliação desta tarde foi realizada no Tribunal Regional do Trabalho - 2ª Região, e mediada pela desembargadora e vice-presidente do tribunal, Anélia Li Chum.

Reivindicação e negociações

Os metroviários reivindicam 5,13% de reajuste salarial, 14,99% de aumento real, vale-alimentação de R$ 280,45 e reajuste de 23,44% no vale-refeição, além de equiparação salarial, 36 horas semanais, periculosidade sobre todos os vencimentos, adicional de risco de vida de 30%, plano de saúde acessível para os aposentados e reintegração dos demitidos em 2007.

Durante a audiência desta tarde, a companhia propôs reposição da inflação pelo Índice Nacional de Preços (IPC) e aumento real de 1,5%. A desembargadora propôs reajuste pelo INPC mais 1,5% de aumento real.

O Metrô propôs vale-alimentação de R$ 158,57, enquanto os metroviários mantiveram a reivindicação de R$ 280,45.

A desembargadora propôs R$ 218. Em relação ao vale-refeição, o Metrô propôs elevar o valor para R$ 21 e o sindicato manteve a reivindicação de R$ 25,25. A desembargadora estipulou o valor em R$ 23.
Houve divergências também sobre o adicional de risco para agentes de segurança e de plataforma, sobre a equiparação salarial de funcionários que exercem as mesmas funções, adicional de periculosidade, aumento da contribuição do Metrô nos planos de saúde dos funcionários e readmissão de 61 grevistas demitidos em 2007.

Os dois lados concordaram apenas em montar comissões para discutir pontos mais polêmicos como a distribuição de participação nos resultados e a jornada de trabalho dos funcionários que iniciam ou terminam seus turnos fora do horário de funcionamento do sistema de transporte público.

Em nota, a Secretaria de Transportes Metropolitanos informou que o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também concordaram em consolidar todas as cláusulas sociais presentes nos atuais dissídios coletivos e estão dispostos a debater eventuais pendências remanescentes.

Linhas 11 e 12 da CPTM

Os funcionários das linhas 11-Coral e 12-Safira da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) decidiram entrar em greve em assembleia realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil (STEFZCB).

A greve nas duas linhas da CPTM teve início à 0h desta quarta-feira (23), e deve perdurar por tempo indeterminado. Está prevista uma nova assembleia às 18h desta quarta, para avaliar a paralisação. Cerca de 850 mil passageiros usam diariamente as duas linhas.

Em nota, a CPTM informou que os sindicatos das linhas 7, 8, 9 e 10 continuam em negociação e as linhas vão operar normalmente. A companhia ressaltou que espera que seja cumprida decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/SP) para que 85% efetivo seja mantido nos horários de pico (das 5h30 às 10h e das 16h às 20h30) e 70% nos demais horários.

Segundo a companhia, foi apresentada uma nova proposta nesta terça reajustando o valor do vale-refeição de R$ 18 para R$ 20, correção salarial de 4,60% (IPC/FIPE) + 1,5% de produtividade. Além disso, sinalizou que os funcionários terão direito a participação nos resultados da empresa, a ser pago em 2013, com valor mínimo de R$ 3 mil.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247